Desde o último sábado (19), segundo a Delegacia da Mulher (Deam), da Polícia Civil, seis mulheres já apareceram para prestar informações acerca do líder religioso, Paulo Paumgartten Sabino de Oliveira, de 68 anos, preso na sexta-feira (18), sob a acusação de abuso sexual de mulheres. “São três vítimas e três testemunhas. Seis pessoas no total nos procuraram desde sábado”, informou na noite desta terça-feira (22), a delegada Ana Paula Chaves.
Ela informou, ainda, que a Polícia Civil instaurou inquérito pelo crime de violação sexual mediante fraude, e ressaltou que por direitos assegurados não serão repassadas informações sobre as três vítimas. “Estamos em investigação e nem elas querem ser expostas”, observou a delegada Ana Paula.
Por sua vez, a delegada Mikaella Ferreira informou que as mulheres estão sendo encaminhadas para atendimento psicossocial, nas unidades do ParaPaz, programa de governo que integra políticas públicas que consolidam a cultura da não violência. Enquanto isso, o suspeito permanece preso à disposição da Justiça. Conforme informações levantadas pela polícia, Paulo Paumgartten Sabino de Oliveira é líder de um grupo religioso denominado Missão do Espírito Santo.
Ele é investigado por crimes de cunho sexual contra mulheres em aparente vulnerabilidade psicológica que, em busca de tratamento espiritual, passavam a integrar o grupo religioso. A polícia já se referiu ao caso como o ‘Novo João de Deus’ ou ‘João de Deus do Pará’. A prisão dele foi resultado de um trabalho integrado da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher Belém (Deam), vinculada à Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAV), e do Núcleo de Inteligência Policial, com apoio da Polícia Científica.
As autoridades policiais investigaram que o líder religioso se aproveitava da fragilidade da situação vivida e da fé das vítimas para abusar sexualmente delas, durante as sessões espirituais. Os encontros ocorreram na residência do investigado, no bairro de Fátima, em Belém.
Foto: Marcos Santos/USP