Montadoras chinesas, lideradas pela BYD, ampliam presença com preços competitivos enquanto setor local pressiona por barreiras tarifárias
A chegada massiva de veículos elétricos chineses ao Brasil está causando preocupação entre montadoras nacionais e sindicatos. A BYD, maior fabricante global de carros eletrificados, já desembarcou cerca de 22 mil unidades no país em 2025, aproveitando tarifas reduzidas de importação (10% para elétricos). Com preços competitivos – como o modelo Seagull, vendido por menos de US$ 10 mil na China -, a empresa amplia sua participação num mercado que deve importar 200 mil veículos chineses este ano, segundo a Anfavea.
Enquanto isso, representantes da indústria pressionam o governo a antecipar para 2025 o aumento da alíquota para 35%, previsto apenas para 2026. Apesar de anunciarem investimentos locais – como a fábrica da BYD na Bahia, com operação prevista para dezembro de 2026 -, as chinesas enfrentam críticas por atrasos e pouca integração com fornecedores nacionais. “Países fecharam as portas, mas o Brasil não”, alerta Aroaldo da Silva, da IndustriALL Brasil. O dilema se aprofunda enquanto o país se prepara para sediar a COP30, dependendo de importações para 80% de seus veículos elétricos.
Foto: Divulgação/BYD