Indústria brasileira recua 0,5% em maio e acumula segunda queda consecutiva

Setor automotivo puxa retração, com juros altos impactando consumo e investimentos, aponta IBGE

A produção industrial brasileira registrou queda de 0,5% em maio na comparação com abril, marcando o segundo mês consecutivo de retração, conforme dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (2). O desempenho negativo foi liderado pelo setor automotivo (-3,9%) e reflete os efeitos da política de juros altos, com a Selic em 15% ao ano. Apesar do recuo recente, o setor mantém crescimento de 3,3% na comparação com maio de 2024.

Principais destaques:

  • Setores mais afetados: automóveis (-3,9%), derivados de petróleo (-1,8%) e alimentos (-0,8%)
  • Única expansão relevante: indústria extrativa (+0,8%)
  • Bens duráveis (-2,9%) foram os mais impactados, refletindo menor demanda por crédito
  • Patamar atual está 2,1% acima do nível pré-pandemia, mas 15% abaixo do pico histórico de 2011

Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, o cenário combina juros elevados – que encarecem o crédito para famílias e empresas – com indicadores positivos como mercado de trabalho aquecido e inflação em desaceleração. A expectativa é que os efeitos da política monetária continuem pressionando a atividade industrial nos próximos meses.

Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil/Arquivo