Indígenas domesticaram o cupuaçu como fruto e assim ele surgiu

Típico da Floresta Amazônica, o cupuaçu é um fruto cujo nome deriva das palavras em tupi kupu, que significa “que parece com cacau”, e uasu, que é “grande”.

Componente da culinária brasileira e popular por todo o País, acreditava-se que o cupuaçu era uma espécie nativa – ou seja, que ela ocorria de forma natural nos locais onde se distribui.

Mas pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da USP descobriram que o fruto, na verdade, é uma espécie domesticada pelas populações indígenas do médio-alto Rio Negro, há mais de 5 mil anos.

Espécies domesticadas são aquelas originadas por meio de uma seleção artificial pela ação humana. Por meio de uma análise genômica, os pesquisadores conseguiram rastrear as origens do cupuaçu.

Eles concluíram que o fruto é uma variante domesticada do cupuí, um integrante da família do cacau e natural do bioma amazônico. A descoberta revela que os povos indígenas da região perceberam o potencial da polpa do cupuí, selecionaram os frutos que eram maiores e cruzaram esses entre si. 

O retrocruzamento acontece quando existe o cruzamento entre um descendente com qualquer um de seus progenitores. O método viabiliza a transferência de genes – o que explica o aumento de tamanho dos frutos com o tempo. 

Foto: Embrapa