Foto: Redes sociais/Reprodução
A Promotoria Militar determinou instauração de inquérito para apurar a conduta de policiais ao abordarem um homem negro em Barcarena, nordeste do Pará. Um vídeo que mostra a vítima sendo agredida por militares começou a circular em redes sociais na quinta-feira (3). A Promotoria também pediu o afastamento dos PMs das ruas.
Nas imagens, é possível ver os militares armados dando golpes de cassetete no homem, que tenta se defender com as mãos e se esquivar, enquanto testemunhas tentam intervir.
A PM informou que foi acionada na praça Matriz da Vila do Conde, em Barcarena, para atender uma ocorrência de perturbação do sossego, sem dar detalhes sobre o caso. A identidade e idade do homem abordado também não foi divulgada.
Segundo testemunhas, na primeira abordagem, os policiais ordenaram que o homem parasse o som que estava ouvindo na praça. Ao serem questionados sobre o motivo da ordem, os policiais teriam descido da viatura e iniciado as agressões contra a vítima.
O promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, explicou que será investigado o motivo pelo qual os policiais não conduziram a vítima para a delegacia.
O promotor também ressalta que, pelo vídeo, é possível ver que um dos PMs portava uma submetralhadora, que poderia ter disparado em um movimento brusco. Segundo ele, a postura colocou em risco a vítima e as pessoas que testemunhavam a cena.
Ainda segundo ele, caso as investigações apontem que houve racismo ou injúria racial, “a pena poderá ser agravada”.
“As investigações sobre os fatos são gerais, porém se a promotoria militar ao final do apuração do inquérito policial militar perceber que além das agressões houve o crime de racismo ou injúria racial, com certeza responsabilizará os militares por esses fatos”, afirmou o promotor.
O que diz a PM
Em nota, a Polícia Militar no Pará informou que “não compactua com nenhuma conduta que afronte os preceitos éticos e disciplinares que regem a corporação”.
Ainda conforme a PM, “qualquer desvio nas ações dos agentes serão investigadas pela corporação e, se comprovadas, serão devidamente punidas”.