O Grupo Portal Agro, uma das maiores empresas do ramo no Pará, entrou com pedido de recuperação judicial na quarta-feira, 25, após acumular uma dívida de R$ 700 milhões. A decisão do grupo paraense foi tomada pela 2ª Vara Cível e Empresarial de Paragominas.
Tal decisão destaca a combinação de fatores que levou a empresa a essa situação: o aumento dos custos de insumos, a queda dos preços das commodities e a inadimplência dos produtores rurais. Nos últimos dois anos, o Grupo Portal Agro recorreu ao mercado de capitais.
O objetivo era captar recursos por meio da emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), em parceria com as securitizadoras Opea e Ceres. Porém, a queda inesperada dos preços das commodities na safra 22/23 e os problemas climáticos durante a colheita da safra 23/24 resultaram em perdas significativas.
Isso comprometeu a viabilidade financeira da empresa. As lavouras foram afetadas pelas chuvas excessivas, gerando prejuízos na secagem e perda de qualidade dos grãos, além de desvalorização contínua da soja. Agora, com as finanças deterioradas e as dívidas acumuladas, centenas de trabalhadores foram demitidos.
Assim, agravou-se o cenário de desemprego em cidades como Paragominas, Dom Eliseu, Rondon do Pará e Tailândia. Fundado em 2008, o grupo comercializa insumos agrícolas para cerca de 250 produtores na região de Paragominas, e sua situação reflete o momento delicado vivido pelo agronegócio brasileiro.
A empresa Portal, comandada pelos irmãos Gilberto e Gilson Marachim, possui um vasto portfólio de negócios que inclui fazendas, lojas de insumos agropecuários e silos de armazenamento de grãos. O grupo financia agricultores e lavouras nos municípios paraenses e maranhenses.
São eles: Paragominas, Ipixuna, Mãe do Rio, Tomé -Açu, São Domingos do Capim, Ulianópolis, Dom Eliseu, Rondon do Pará, Abel Figueiredo, Goianésia, Jacundá e Tailândia, além de Açailândia, Itinga do Maranhão e Cidelandia, no Maranhão.
Foto: Facebook Portal Agro