Pesquisa conduzida pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) derruba definitivamente a afirmação de que a Usina Hidrelétrica Belo Monte é uma vilã para o aquecimento global, emitindo toneladas de carbono na atmosfera, sobre a potência gerada.
O estudo detalha que Belo Monte é a hidrelétrica que menos emite no bioma Amazônia, sendo a quinta usina mais eficiente do Brasil em termos de taxa de intensidade de gases poluentes e avalia que entre 5 e 10 anos, a área alagada do empreendimento apresente progressivamente emissões ainda menores.
O trabalho de campo dos pesquisadores durou três anos e analisou amostras em seis campanhas de medição, em 45 pontos diferentes da Bacia do Xingu e do reservatório, no Pará, onde a usina está instalada.
Os cientistas cruzaram os resultados das medições de gases de efeito estufa com o estudo do ciclo do carbono em reservatórios de hidrelétricas e concluíram um importante avanço para o setor elétrico brasileiro, já que até o presente momento muito se têm especulado sobre o assunto, sendo as hidrelétricas apontadas constantemente como responsáveis por emitirem grandes quantidades de gases poluentes na atmosfera.
O estudo “Desenvolvimento de Metodologia para o Cálculo das Emissões de Gases de Efeito Estufa no Reservatório da UHE Belo Monte” usou como base o Índice de Intensidade de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), métrica reconhecida internacionalmente e estabelecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), organização científica criada pelas Nações Unidas para avaliar os riscos das mudanças climáticas.
Cientistas ligados ao IPCC desenvolveram esse índice como forma de avaliar o impacto ambiental das fontes de energia e ajudar a orientar as políticas públicas. Para calcular o índice, é necessário medir a quantidade de CO2 ou outros gases de efeito estufa emitidos pela fonte de energia durante um determinado período.
Em seguida, essa quantidade é dividida pela energia produzida. O resultado expressa a quantidade de gases de efeito estufa emitidos, permite comparar diferentes fontes de energia e determinar o impacto ambiental de cada uma delas.
Segundo conclusão do estudo da COPPE, a maioria dos estudos anteriores realizados em Belo Monte, entretanto, falhou por não incluir sistematicamente duas abordagens importantes do problema: medições conjuntas de emissões e remoções de gases de efeito estufa dos reservatórios estudados e avaliação das emissões e remoções para o período anterior ao enchimento do reservatório.
Por assessoria de comunicação Belo Monte
Foto: assessoria de comunicação Belo Monte