Foto: Bruno Cecim / Ag. Pará
O índice de obesidade cresceu em mais de 70% no Brasil na última década, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados acendem um alerta sobre a necessidade de ampliar os debates acerca do reconhecimento da obesidade como algo nocivo à saúde e o impacto desse sobrepeso no agravamento ou desenvolvimento de doenças.
Para ampliar essas discussões e reforçar orientações sobre a adoção de hábitos saudáveis como forma de prevenção, desde 2015, o dia 4 de março é celebrado como Dia Mundial da Obesidade. Neste ano, a campanha global busca unir diferentes setores da sociedade na criação de um ambiente saudável que prioriza a obesidade como uma questão de saúde em um sistema de apoio adequado para o futuro.
Nutricionista na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), Talita Lobato explica como o sobrepeso, impacta diretamente a saúde dos rins a partir do desenvolvimento de doenças como diabetes e hipertensão, consequências comuns da obesidade e principais causas da doença renal crônica.
“Um número significante de pacientes perde a função renal de forma lenta, progressiva e quase assintomática. A realização de check-ups frequentes com rastreio da função renal, incluído no hemograma completo, é a ferramenta mais eficaz para a detecção da doença renal crônica em fase inicial, assim como tratamento especializado. Além disso, é importante ficar atento para sintomas como mal-estar geral e fadiga, coceira generalizada e pele seca; dores de cabeça; náuseas; perda de peso não intencional ou de apetite”, relata a nutricionista.
No caso do coração, os cuidados com o sobrepeso em excesso devem ser redobrados. “Existem evidências robustas sobre o efeito da obesidade e sobrepeso sobre o aparelho cardiovascular. Há uma intensa produção de substâncias inflamatórias, com aumento da lesão direta no sistema circulatório, levando a complicações sérias como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), acometimentos que são potencialmente fatais”, explica Vitor de Holanda, médico cardiologista no HC.
Mudança de hábitos
Nesse contexto, a adoção de hábitos saudáveis, entre eles, a alimentação adequada e prática de atividades físicas, são alguns dos primeiros passos para uma redução de peso e melhora da saúde integralmente. “A diminuição do peso influencia na melhora dos números da pressão arterial, reduzindo consideravelmente o risco cardiovascular”, complementa Vitor de Holanda.
Além das doenças do coração e dos rins, para as quais o Hospital de Clínicas é referência, a obesidade também é fator de risco para o organismo ao longo do tempo. “Quanto mais tempo esse sobrepeso for mantido, maior a probabilidade do desenvolvimento de outras patologias. Por isso, é importante fazer exames regularmente e, mesmo que eles apresentem resultados dentro da normalidade, é preciso combater a obesidade integralmente”, finaliza Talita Lobato.