Foi reconhecida por unanimidade, na última quarta-feira (6), como patrimônio cultural e imaterial do Pará, pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), a obra musical da cantora paraense Dona Onete. A artista cujo nome artístico é uma referência a Ionete da Silveira Gama, é uma figura icônica da música paraense.
Nascida na ilha do Marajó, em Cachoeira do Arari, arquipélago do Marajó, sua carreira é um testemunho de dedicação à preservação e promoção dos sons amazônicos, com uma abordagem musical que combina elementos indígenas, africanos e caribenhos em uma mistura de ritmos vibrantes.
A trajetória de Dona Onete é marcada por uma vida de envolvimento com a cultura paraense. Ela foi secretária de cultura e fundadora de grupos de danças folclóricas e música regional, incluindo o “Canarana”.
Além disso, participou ativamente de agremiações carnavalescas. Durante 25 anos, dedicou-se ao ensino de História, mas seu sonho sempre foi viver da música.
Após sua aposentadoria, ela lançou-se na carreira artística e conquistou os corações de fãs tanto no Brasil quanto no exterior. Em 2012, Dona Onete lançou seu primeiro CD, que apresentava uma seleção de boleros e carimbós.
Esse lançamento despertou o interesse de produtoras estrangeiras em países como Portugal, França e Inglaterra, levando sua música para públicos internacionais. Foi com o álbum “Feitiço Caboclo”, lançado aos 73 anos, que Dona Onete alcançou reconhecimento global.
A faixa-título se tornou um sucesso na internet, consolidando-a como uma das principais vozes da música amazônica. Ela também lançou os aclamados álbuns “Jamburana”, “Moreno Morenado” e “Proposta Indecente”, todos produzidos pelo músico Marco André.
Foto: Facebook Dona Onete