Deputado Nilson Pinto resolve responder a fake news: Jatene, Pioneiro, o jantar que não existiu e a ficha limpa

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Cansado de ver seu nome envolvido em uma série de fake news, o deputado federal e presidente estadual do PSDB lançou algumas notas esclarecedoras. Sobre Jatene, sobre Pioneiro e mais algumas coisas. Leiam:

Sobre o suposto jantar em sua casa com um grupo de políticos incluindo Jatene

O ódio da turma do fake

Semana passada, as redes sociais informaram, insistentemente, que eu teria promovido um jantar com deputados para lançar a candidatura de Simão Jatene a governador do Estado.

Na verdade, a notícia era pura invenção, pois esse jantar nunca existiu. Como não gosto de enganar ninguém nem de ver as pessoas serem enganadas por terceiros, publiquei nota no meu Twitter informando que a notícia era falsa. Foi o bastante para que eu passasse a ser alvo de ataques irados perpetrados pela turma que inventou o falso jantar.

O curioso é que, apesar de desmentida, a notícia continuou a circular com toda força nas redes sociais, revelando que a turma do fake está adotando como método de trabalho a prática nazista muito utilizada por Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler, de que uma mentira repetida mil vezes acaba sendo aceita como verdade. Infelizmente.

Paciência. Eu sou da escola de Almir Gabriel. Entre a verdade incômoda e a mentira conveniente, vou preferir sempre a verdade, por mais simpática que a mentira possa parecer.

A pré candidatura de Jatene e sua inelegibilidade

Neste fim de semana, a turma do fake insinuou que eu estaria tentando excluir SJ da disputa eleitoral. Não é verdade.
Não estou trabalhando para excluir ninguém da eleição; pelo contrário, estou há mais de dois anos tentando unir o Partido, apesar da resistência de algumas lideranças.

A verdade, nua e crua, revelada pelos advogados, é que Jatene não pode concorrer à eleição porque está inelegível.

Segundo os advogados, ele foi condenado em duas instâncias judiciais em um processo que diz respeito a gastos realizados com o cheque moradia no ano eleitoral de 2014. A condenação em duas instâncias judiciais o torna inelegível, conforme determina a Lei da Ficha Limpa. Infelizmente, até agora, os recursos encaminhados a Brasília se revelaram infrutíferos. Inelegível, ele não poderia concorrer a nenhum cargo na próxima eleição, gostemos ou não da situação.

Há um segundo problema, mais recente, que diz respeito à reprovação das contas dele pela Assembleia Legislativa do Estado, ano passado. Esse, afirmam os advogados, é mais fácil de ser resolvido, mas ainda não o foi.

Não tenho o menor prazer em dizer isso mas sou obrigado a fazê-lo para evitar que a mentira prospere em nosso partido. Aprendi com Almir Gabriel que o político deve falar a verdade independente das consequências. Eu sigo o ensinamento e estou convencido de que ele continua válido, mesmo nestes tempos em que as fake news se tornaram prática rotineira em nossas redes sociais.

Já me lembraram que o Lula, que também estava inelegível, foi recentemente liberado pelo Supremo Tribunal Federal e que o mesmo poderia acontecer ao Jatene. Pode ser. Todos têm o direito de torcer por um desfecho feliz mas eu, como presidente do PSDB, tenho o dever de procurar caminhos para o crescimento do Partido nas próximas eleições, com base nas alternativas que a realidade oferece. E a primeira regra imposta pela realidade é tão simples que parece redundante: só pode ser candidato quem estiver elegível. E eu não tenho o direito de ignora-la.

A pré-candidatura de Pioneiro ao Senado

Creio que a alternativa mais promissora para o sucesso do PSDB nas próximas eleições é a candidatura de Manoel Pioneiro a senador. Por isso, lancei o nome de Pioneiro como pré-candidato, na semana passada, especialmente ao perceber o surgimento de algumas manifestações em nossas redes sociais defendendo a entrega a outros partidos da vaga de senador que o PSDB tem o direito e o dever de disputar.

Esses movimentos me trouxeram à memória as manobras que levaram à perda dos mandatos de Mário Couto, em 2014, e de Flexa Ribeiro, em 2018. Perdemos dois senadores naquelas eleições porque nossas lideranças estimularam o lançamento de candidaturas de outros partidos, em prejuízo dos nossos candidatos. Foram erros de consequências fatais, tolerados pela maioria na época em que foram cometidos mas hoje lamentados por todos. Não posso aceitar passivamente que os mesmos erros se repitam em 2022.

Nosso estatuto deixa claro que os candidatos do partido nas próximas eleições somente serão escolhidos na convenção partidária que realizaremos em julho do próximo ano. Hoje, ninguém tem vaga garantida, independente da vontade do presidente ou de eventuais padrinhos. Agora são apresentadas pré-candidaturas que, se daqui a um ano estiverem com a ficha limpa, deverão ser submetidos à escolha democrática dos nossos convencionais. Eu defendo que o PSDB lance candidato próprio à senador e que esse candidato seja Manoel Pioneiro, uma das maiores lideranças do nosso partido. Outros pré-candidatos estão livres para se apresentarem.

Sou “ficha limpa”

A turma do fake também andou tentando criar uma nova versão para a minha última passagem pelo governo, do início de 2011 ao final de 2012. Vou refrescar a memória desses potoqueiros.

Fui secretário de educação do governo Jatene por seis meses. Sai da Seduc para ocupar a Secretaria Especial de Promoção Social, mais abrangente, encarregada de coordenar as áreas de Educação, Cultura, Esporte e Lazer. Era um dos chamados “super-secretários” a que a imprensa se referia na época. Tive o privilégio de, ao deixar a Seduc, indicar meu sucessor no cargo, que nele permaneceu até o final do governo.

No período que passei no governo, reorganizei a Seduc, consegui mais de 300 milhões de reais do MEC para a construção de novas escolas e quadras de esportes e negociei acordo de 200 milhões de dólares com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), inédito em todo Brasil, para melhorar a qualidade da educação paraense, entre tantos resultados importantes e reconhecidos.

Deixei o governo espontaneamente, após dois anos como secretário, para voltar à Câmara dos Deputados, após informar ao governador meu desejo de exercer pelo menos a metade do mandato de deputado federal que o povo do Pará me havia confiado, com mais de 140 mil votos, dois anos antes. Meu sucessor na Seduc, Professor Cláudio Ribeiro, permaneceu no cargo até final do governo, em dezembro de 2014,

Essa é a história que agora, passados quase dez anos, os discípulos tupiniquins de Joseph Goebbels acham que podem recontar de forma diferente.

Lembro a eles que depois de quase 50 anos de vida pública, eu continuo ficha limpa, com muito orgulho. Quem tem problemas com a Justiça não sou eu.