Déficit do INSS deve quadruplicar até 2100 e reacende alerta por nova reforma da Previdência

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Projeções do governo indicam que rombo previdenciário saltará de 2,58% para 11,59% do PIB nas próximas décadas, impulsionado pelo envelhecimento da população e queda na taxa de natalidade.

Com a população brasileira envelhecendo rapidamente e o número de nascimentos em queda, o governo federal prevê um agravamento significativo no déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ao longo das próximas décadas. Segundo estimativas incluídas na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, o rombo previdenciário saltará de R$ 328 bilhões em 2025 (2,58% do PIB) para impressionantes R$ 30,88 trilhões em 2100 (11,59% do PIB). Especialistas alertam que, diante do modelo atual, será inevitável uma nova reforma da Previdência para garantir a sustentabilidade do sistema.

As causas do crescimento do déficit são atribuídas ao modelo de repartição — em que trabalhadores da ativa financiam os benefícios de aposentados — e à mudança na estrutura demográfica do país. Projeções apontam que a população com 60 anos ou mais passará de 13,8% em 2019 para 32,2% em 2060, ao passo que a população economicamente ativa (16 a 59 anos) diminuirá. Economistas e técnicos, como Rogério Nagamine (IPEA) e Arnaldo Lima (Polo Capital), defendem ajustes que incluem mudanças na aposentadoria rural, no regime de microempreendedores e no sistema dos servidores públicos. Para eles, quanto mais o país adiar as reformas, mais custosa será a correção futura.