Foto: Reprodução/TV Globo
A defesa do fazendeiro preso suspeito de ajudar na fuga de Lázaro Barbosa pediu à Justiça para que ele seja solto após a morte do criminoso. Lázaro foi localizado e morto na segunda-feira (28), em Águas Lindas de Goiás.
A juíza Luciana Siqueira tornou a prisão em flagrante do fazendeiro em preventiva na noite de sexta-feira (25). Na decisão, a magistrada disse que manteve a prisão do fazendeiro por entender que “sua liberdade representa risco efetivo à ordem pública”.
“O fato apresenta extrema gravidade concreta. Foram reunidos indícios de que ele, por vários dias, deu guarida, em sua fazenda, a criminoso que se supõe de altíssima periculosidade”, escreveu a juíza.
No pedido de reconsideração publicado no final da manhã de segunda-feira (29) a defesa argumentou que, após a morte de Lázaro, a prisão cautelar do fazendeiro “caiu por terra”, perdendo, segundo a defesa, o objeto da prisão preventiva.
O pedido ainda não havia sido julgado pela Justiça de Goiás até as 16h50 desta terça-feira (29) .
O caseiro do fazendeiro também chegou a ser preso suspeito de ajudar na fuga do criminoso, mas foi liberado em audiência de custódia. Segundo a decisão, não foi possível verificar que o caseiro tenha aderido à suposta conduta do proprietário da fazenda de ajudar Lázaro.
A magistrada escreveu na sentença que “os indícios de autoria até o momento colhidos revelam-se frágeis, principalmente porque sua relação com o outro autuado é de patrão-empregado”.
Investigação
Segundo o auto de prisão em flagrante dos presos, o caseiro contou aos policiais que Lázaro estaria dormindo há cinco dias na propriedade do fazendeiro. O documento registrou ainda que o dono da propriedade não quis deixar os policiais entrarem ao ser abordado e preferiu ficar em silêncio.
Com os presos, a polícia apreendeu duas armas de fogo e mais de 50 munições. De acordo com as informações da força-tarefa, uma dessas armas foi roubada em um dos crimes de que Lázaro é suspeito. Os homens foram detidos em uma região de chácaras de Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás.
Em coletiva após a prisão dos suspeitos, o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, disse que os dois chegaram a confessar aos policiais a ajuda o procurado.
“Eles estão sendo autuados agora por porte ilegal de arma de fogo e por facilitação da fuga. […] Uma pessoa, testemunha, o viu [Lázaro] e depois, na entrevista que nós fizemos com os dois que estão sendo autuados, os dois confirmaram que ele estava realmente lá e que ele passou as últimas noites lá”, disse.
Confronto e morte de Lázaro
A Secretaria de Saúde de Águas Lindas de Goiás informou que Lázaro foi atingido com pelo menos 38 tiros, mas só a perícia vai poder confirmar.
De acordo com o relato da Polícia Militar, os tiros foram efetuados pelas pistolas Sig Sauer calibre 9mm, Taurus calibre 9 mm e um fuzil calibre .556.
O secretário de Segurança Pública Rodney Miranda afirmou, na manhã desta segunda-feira (28), que Lázaro Barbosa descarregou uma pistola contra os policiais ao ser encontrado em Águas Lindas de Goiás, no entorno do DF.
“Ele descarregou a pistola contra os policiais e não tivemos outra alternativa se não revidar”, afirmou Rodney.
Após ser baleado, Lázaro foi levado por uma viatura do Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Bom Jesus, mas morreu.
Longa fuga
Enquanto fugiu por 20 dias, Lázaro invadiu ao menos 11 fazendas, trocou tiros com moradores e policiais, ferindo um militar.
Além disso, Lázaro fez uma família refém – o casal e uma adolescente de 16 anos. Durante o sequestro, as vítimas contaram que o criminoso exigiu que eles andassem em córrego para não deixar rastros.
Drones, helicópteros, rádios comunicadores e até um caminhão que tem plataforma de observação elevada de vídeo monitoramento ajudavam na procura. As autoridades policiais informaram que ele tinha facilidade de se esconder por ser mateiro, caçador e conhecer bem a região.