Para as pessoas privadas de liberdade, o acesso aos livros tem contribuído de forma conjunta para a ressocialização e a remição de pena, com projetos implementados em todo o sistema penitenciário nacional em prol da educação de todos. Na última terça-feira (21), as unidades penais da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) participaram da ‘II Jornada da Leitura no Cárcere’, que oferecerá durante três dias palestras com escritores e especialistas para o incentivo literário a custodiados. O evento é nacional e de forma remota.
No total, 376 custodiados paraenses participaram do evento, da região metropolitana, sendo estes das unidades do Complexo de Santa Izabel e do interior do estado, como dos Centros Regionais de Recuperação de Mocajuba (CRRMOC) e de Cametá (CRRCAM).
Para a coordenadora de educação prisional da Seap, Patrícia Sales, transmitir para os internos o evento da II Jornada da Leitura é uma forma de levantar a bandeira em prol da remição de pena e cativá-los à importância da leitura. “Vai ser um grande incentivo para que eles queiram cada vez mais ler”, afirma.
O evento foi aberto com apresentação de um vídeo sobre um dos projetos de leitura na Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará (SAP/CE). Galeno Amorim, presidente do Observatório do Livro. explicou a necessária presença da leitura para a formação social, conseguindo transformar realidades com o conhecimento de novas informações de mundo. “A leitura permite, na verdade, que a pessoa entenda um novo significado de vida no mundo. Desenvolve capacidade de análise, pensamento crítico [e] proporciona conhecimento, simula diversos sentimentos”, destacou.
O presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi, acrescentou como o benefício da leitura dentro do sistema prisional reflete no ambiente externo civil. “Não há duas humanidades. Se nós olhássemos para nós, nós compreendermos que a mesma humanidade é aquela que se vive de um lado ou de outro. Liberdade através da leitura. Se isso é importante no cárcere, para nós aqui fora também é importante, porque lá dentro, como aqui fora, temos uma única sociedade brasileira”, conclui.
Por Seap
Foto: Seap