Coluna Cotidiano #2: O adeus a Ronaldo Porto

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Foi em 2009, quando eu ainda estava na faculdade, que comecei a minha carreira na televisão. Aos 20 anos iniciava a jornada na RBA, uma das mais populares emissoras do Pará, ao lado de nomes já consagrados do jornalismo paraense. Entre eles estava o Ronaldo Porto, apresentador do Barra Pesada, programa que eu trazia na memória desde a infância e que era uma referência pra mim de jornalismo popular.
Entre uma pauta e outra, no meio da correria da redação, foi assim que conheci o Ronaldo Porto dos bastidores: uma presença ímpar, cheio das histórias e das brincadeiras antes do programa começar, sempre disposto a bater um papo sobre aquele jogo da rodada. Era um cara totalmente alheio à fama que justamente lhe cabia após décadas de jornalismo.
Dois anos após minha entrada, em 2011, Ronaldo saiu de férias do Barra Pesada e me deu a missão de substituí-lo. Fez questão de me dar umas dicas pra “jogar com a câmera” sem parecer nervoso, me fez aprender a tratar o telespectador como o amigo que ele é, e acima de tudo me ensinou a ter humildade “Isso tudo passa, mas o talento fica. Vai na fé que vai dar tudo certo”, me disse ele uma vez na redação.
Nossos caminhos se separaram depois que mudei de emissora, mas o respeito e admiração permaneceram quando anos depois, já assessor de imprensa, visitei a redação da RBA.
Perder Ronaldo Porto é uma dor sem tamanho, porque ficamos órfãos de um grande jornalista, mas acima de tudo, saudosos de um grande amigo.
O melhor a fazer é continuar em frente, com o mesmo compromisso de informar e cobrar das autoridades uma nova realidade para essa pandemia. Foi assim que o Ronaldo me ensinou, é assim que eu vou seguir exercendo o jornalismo.

Segue em paz, Ronaldo.

Henrique Miranda é Jornalista, Assessor de Imprensa e Radialista na Unama FM.