Foto: Antônio COR da Costa/Instituto Butantan
O Instituto Butantan lançou, nesta quarta-feira (4), o projeto de laboratório itinerante Lab Móvel, que tem o objetivo de acelerar o processo de testagem dos casos suspeitos de covid-19 e o sequenciamento das variantes do vírus SARS-CoV-2 que circulam no estado.
Segundo o Butantan, com as análises realizadas neste laboratório móvel, será possível obter o resultado em até 24 horas e, então, começar o sequenciamento, que pode durar de três a seis dias. Atualmente todo o processo, entre a testagem e o sequenciamento de variantes, leva de 10 a 12 dias, informou o instituto.
O primeiro destino, nesta sexta-feira (6), será Aparecida do Norte, no interior paulista, onde o veículo deve permanecer inicialmente por uma semana, com previsão de realizar o diagnóstico de cerca de 500 amostras. “O projeto começa agora, mas não tem data para acabar. O objetivo é sermos mais ágeis e assertivos para entender quais regiões precisam de mais atenção”, disse a diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan, Sandra Coccuzzo.
Além disso, os moradores das cidades que receberão o laboratório itinerante poderão acompanhar de perto os trabalhos dos pesquisadores do Butantan, já que a estrutura do veículo tem uma parte de vidro pela qual é possível observar os procedimentos executados pelos cientistas. Com isso, será possível também aproximar a população da ciência.
Com mais de 12 metros (m) comprimento e quase 3 m de altura, o veículo dispõe de três sequenciadores genéticos, centrífuga, seladora, geladeira e freezer para armazenamento de amostras, entre outros. O investimento total foi de R$ 3 milhões.
O Butantan informou que os municípios que manifestarem interesse em receber o Lab Móvel se responsabilizarão pela coleta de amostras nas unidades básicas de saúde (UBSs) e pelo encaminhamento destas ao veículo itinerante.
No Lab Móvel, os especialistas farão o diagnóstico e separarão as amostras positivas para iniciar o sequenciamento e identificar as variantes. “O sequenciamento é necessário porque os vírus sofrem mutações, ou seja, alterações em seus códigos genéticos, gerando variantes”, explicou o instituto.
O Butantan coordena a Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 e recebe dados dos demais parceiros da rede: Hemocentro de Ribeirão Preto/FMRP-USP, FZEA-USP/Pirassununga, Centro de Genômica Funcional Esalq-USP/Piracicaba, Faculdade de Ciências Agronômicas Unesp/Botucatu, Famerp São José do Rio Preto e Mendelics.