Secretária de Cultura reconhece a importância do trabalho de seu antecessor

Foto: Reprodução

A política é, com frequência, um ambiente hostil. Dividindo o mundo em interesses, visões e narrativas distintas, acaba por enrijecer posições que às vezes turvam a realidade dos fatos. Diante disso, é muito prazeroso ver como Úrsula Vidal, a secretária de cultura de Hélder, se tornou um ponto fora da curva, fazendo gestos que misturam sensibilidade humana e ética pública com rara generosidade política. E isso aconteceu ontem de novo. Convalescendo de um vírus terrível que aterroriza a vida nacional, Úrsula dedicou tempo e fôlego para escrever um texto, publicado em suas páginas pessoais, marcado pela generosidade pessoal e por profunda honestidade intelectual, em que reconhece o papel relevante de Paulo Chaves Fernandes, seu antecessor na pasta da cultura, e o valor do trabalho dele para a cidade de Belém, no quadrilátero de mangueiras que PCF tanto amava. Úrsula Vidal, “acima e afora da manada”, como diria Caetano Veloso, releva, uma vez mais, diferenças políticas e mostra que sabe reconhecer o valor profissional e humano das pessoas. Precisamos disso, cada vez mais, especialmente no momento crítico que vive nossa nação.

Aqui, na íntegra, o texto de Úrsula Vidal, publicado no Instagram:

“Paulo era um amigo de muitos, muitos anos. Me tratava sempre por “preta” – jeito carinhoso que caracteriza essa intimidade quase familiar de quem me viu crescer.

Homem genial, visionário, talentoso e arrojado. Amou Belém, amou as mulheres, amou a beleza e deixou marcas profundas na paisagem da cidade; tão fortes quanto sua personalidade.

Paulo amou o passado e suas formas delicadas e perenes na arquitetura deste pedaço de Amazônia. E lançou sua visão de futuro em projetos que se tornaram referências de uma política pública de valorização da memória, das artes plásticas, da música, da ópera e do incentivo à leitura.

O Pará e o Brasil perdem uma mente brilhante e vibrante, como poucas que viraram este novo século em presença e realizações.

Que partas em paz, amigo.
Estarás pra sempre no cenário e na memória de Belém”.