Você já viu uma hash tag como título de um texto? Se ainda não viu, trate de se acostumar, pois um futuro próximo isto pode virar tendência, ainda que seja uma maneira grotesca de se praticar a língua portuguesa.
E o que são hash tags, você sabe?
Esse sinal, chamado de “cerquilha” ou “jogo da velha” em português, recebe vários nomes em inglês. Os mais comuns são pound sign, number sign e, no inglês britânico, hash. Em música, o símbolo recebe o nome de sharp, a palavra equivalente a “sustenido”, em português. Ainda entre os programadores de computador este símbolo já foi chamado de “lasanha” e “tralha”.
Fiquemos nos domínios do inglês e uma tradução aproximada como “cerco demarcado”, ou seja, tudo o que recebe esta marcação fica agrupado como se estivesse em um cercadinho. É um agrupador de conteúdos usados em praticamente qualquer rede social.
Poucos sabem, no entanto, que é uma invenção brasileira adotada pela plataformas. Segundo a Wikipedia, a hashtag foi inicialmente usada no ano de 2005 pelo jornalista brasileiro Wander Verch na rede social Orkut, com a ideia de criar tópicos para as publicações. Posteriormente, o designer social Chris Messina é creditado por ter produzido a primeira hashtag do Twitter em 23 de agosto de 2007, após postar o seguinte tweet
E a hashtag #nesseritmonossonão, sabe o que significa?
É um agrupamento de um conteúdo que viralizou no WhatsApp e ganhou o Brasil no Tik Tok e no Instagram.
Trata-se de um áudio espontâneo que vazou de um grupo WhatsApp e explodiu como áudio de dezenas de milhares de vídeos no Tik Tok puxado, é claro, por influencers e personalidades que possuem outros tantos milhares de seguidores.
Esse áudio foi usado por ser verdadeiro e engraçado sobre bebedeiras diversas. De Pe. Fábio de Melo ao sertanejo Zé Neto, muitos produziram memes que contabilizam milhões de views na internet.
E como um vídeo, áudio ou foto viraliza?
Ninguém consegue dizer com precisão mas, a autenticidade é um fator importante. #nesseritmonossonão nunca teria viralizado se parecesse encenação.
Também dificilmente iria ganhar tanto território se não tivesse sido “endossado” por um ou mais famosos, pelo gente com muitos seguidores.
E aí parece residir o segredo dos vídeos virais espontaneidade + humor + endosso de celebridades = viral.
É possível viralizar um conteúdo de maneira artificial?
Sim, praticamente todas as redes possuem recursos que permitem que alguém pague para que ele seja mostrado nas timelines. Os desafios são apenas técnicos, como ser aprovado pelas plataformas, ter uma campanha bem feita e principalmente, cair nas graças dos usuários, entre outros.
Ter um vídeo viral dá lucro? Grande questão!
– Sim, pode dar dinheiro! Para isso é preciso estar preparado.
Sabemos que o Facebook e o Instagram não pagam. Sabemos que canais do Youtube com mais de 1000 seguidores podem ser monetizados, assim como Tik Tok e Kwai. Há ganhos indiretos, os produtores de conteúdo viral podem receber inúmeros convites para publicidade e passar a ganhar milhões. É o caso do Winderson Nunes, Maria Clara e JP, capazes de influenciar milhões de pessoas a comprar e isso tem muito valor.
À propósito, você sabe de quem é a voz do áudio #nesseritmonossonão?
Duvido que saibam, trata-se João Alfredo Del Duque (instagram.com/joaozinhodelduque), um comerciante de Tabatinga-SP que já está sendo considerado um filósofo do dia a dia.
Ele tem atualmente uma das vozes mais conhecidas da internet e isso não vale pouco, as marcas podem se valer dessa fama conquistada espontaneamente e usar como voice over de produtos, assinatura vocal de marcas. Agrega valor? Sim, grandes virais valem e valorizam campanhas. São os bitcoins da publicidade.
* Publicado originalmente na agenciatrampo. Osmar Lazarini é especialista em marketing digital e escreve sobre tendências