Adam Driver critica Netflix e Prime Video por não atender demandas dos atores

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Adam Driver citou Netflix e Prime Video por nome ao criticar a forma como os grandes estúdios de Hollywood estão bloqueando as demandas do sindicato dos atores (SAG-AFTRA) para dar fim à greve.

O ator está no Festival de Veneza 2023 promovendo o filme Ferrari, que conseguiu uma permissão especial do sindicato para continuar suas atividades promocionais durante a greve – isso porque, como Driver apontou, os financiadores do longa de Michael Mann (Neon e STX) não fazem parte da AMPTP, que reúne os maiores estúdios de Hollywood, e ratificaram um acordo com o SAG-AFTRA concordando com as demandas feitas pelo sindicato.

“Por que é que companhias de distribuição menores, como a Neon e STX International, conseguem atender às demandas do SAG, que os grandes estúdios chamam de ‘utópicas’, mas uma companhia grande como a Netflix e a Amazon não conseguem?”, questionou Driver.

“Toda vez que algum ator filiado ao SAG vai a um evento e promove o filme de uma empresa que assinou os termos do sindicato, fica mais óbvio que essas empresas estão dispostas a apoiar verdadeiramente os artistas com os quais colaboram, enquanto as outras empresas não estão”, completou.

O diretor de Ferrari apoiou as declarações de seu astro: “Só conseguimos fazer Ferrari porque aceitamos cortes de salário substanciais, e isso inclui eu e Adam. Não foi um filme feito por um grande estúdio, porque nenhum grande estúdio estava disposto a assinar um cheque e entregar na nossa mão. É por isso que podemos estar aqui, em solidariedade com os nossos colegas que estão em greve.”

O SAG-AFTRA, sindicato dos atores de Hollywood, oficializou a greve em 13 de julho, após semanas de negociações infrutíferas com os estúdios. Entre as demandas dos intérpretes estão novas regras sobre o pagamento de residuais (o dinheiro que atores recebem pela reprodução de projetos na TV e no streaming) e proteções contra o uso de inteligência artificial na produção de filmes e séries.

Em junho, antes de oficializar a greve, o SAG-AFTRA realizou uma votação sobre o tema com a participação de todos os seus membros. 98% dos atores sindicalizados votaram a favor da greve.

Os atores de Hollywood não entram em greve desde 1980. A paralisação não só deve barrar as filmagens de muitos projetos que contam com intérpretes filiados ao SAG, como também impedir a participação desses atores em eventos de imprensa para filmes que já estão completos e a caminho dos cinemas.

Com a pressão adicional da greve dos roteiristas, já em curso desde maio, a maioria dos projetos dos grandes e pequenos estúdios americanos devem ser completamente paralisados até a assinatura de novos contratos. Os dois sindicatos não entram em greve juntos desde 1960.

Por OMELETE