O Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou recentemente um estudo que indica que o câncer de estômago é o segundo tipo mais comum na Região Norte do Brasil, perdendo apenas para o câncer de próstata. A incidência da enfermidade na região é a mais elevada em todo o país, gerando um sinal de alerta para a urgência de intensificar as políticas públicas de prevenção e acesso ao diagnóstico antecipado.
A enfermidade, também chamada de adenocarcinoma gástrico, tem ligação com diversos fatores de risco, incluindo uma dieta imprópria, infecção pela bactéria Helicobacter pylori, antecedentes familiares e práticas nocivas à saúde, com destaque para o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, embutidos, salgados e fumados. Esses componentes são marcantes nos costumes alimentares característicos da região Norte, o que pode justificar parte da alta incidência.
De acordo com o INCA, as taxas ajustadas de incidência na Região Norte superam as médias nacionais: são 11,78 casos por 100 mil homens e 5,46 por 100 mil mulheres. Nos estados da região, as informações reforçam essa situação alarmante: Amazonas: 13,85 casos por 100 mil homens, Pará: 12,76 casos por 100 mil homens, Amapá: 11,88 casos por 100 mil habitantes, Rondônia: 12,3 casos por 100 mil habitantes.
O estudo também indica um crescimento de 20% nos diagnósticos entre pacientes com menos de 50 anos em comparação ao mesmo intervalo de 2024, sugerindo uma alteração no perfil epidemiológico da enfermidade. Os sintomas mais comuns do câncer gástrico incluem dor abdominal persistente, perda de peso sem motivo aparente, azia frequente, sensação de estufamento após refeições pequenas, náuseas, vômitos e a presença de sangue nas fezes.
Em razão da similaridade com outras condições digestivas comuns, muitos casos são diagnosticados tardiamente. A prevenção do câncer de estômago está intrinsecamente ligada à adoção de hábitos saudáveis: manter uma alimentação balanceada com frutas, verduras e alimentos frescos, diminuir o consumo de sal e carnes processadas, evitar o consumo excessivo de álcool e tratar corretamente a infecção por H. pylori, quando detectada.
A terapia pode envolver procedimentos cirúrgicos, quimioterapia, radioterapia e, em fases mais avançadas, imunoterapia, uma opção promissora que tem mostrado resultados positivos na extensão da vida dos pacientes.
Foto: Mateus Pereira/AGECOM/ Gov/BA