O bilionário Samuel Barata, faleceu no Rio de Janeiro nesta semana. Em seu comportamento, Samuel era o oposto do irmão Jacob (1932-2023), empresário do setor de transportes urbano no Rio. Jacob gostava de uma festa. Samuel, se pudesse, ficaria invisível. Ele se vestia com discrição.
Não ostentava nos carros que possuía. Fugia de fotógrafos e jornalistas. Pode procurar: nenhuma foto ilustrou as dezenas de obituários publicados comentando a notícia. Ele era discreto, pouco impulsivo, cauteloso e com um tino inquestionável para os negócios.
Acionista controlador do grupo Drogaria São Paulo e Pacheco (DPSP), Barata era um homem rico. Estava na 74ª posição na lista de bilionários brasileiros publicada pela Forbes em 2023, com um patrimônio de R$ 5 bilhões.
Sua longa trajetória empresarial mostra que ele era um empresário competente. E que, já com seus 80 anos, foi capaz de ser flexível a ponto de costurar uma fusão que criou a, até agora, segunda maior rede de farmácias do País.
Barata começou a empreender no setor farmacêutico nos anos 1970, ao comprar uma distribuidora de medicamentos no Rio de Janeiro criada por um ex-balconista da primeira unidade da Drogarias Pacheco.
Pouco tempo depois, percebeu que as margens de lucro eram mais gordinhas nas vendas ao consumidor final. Apesar de serem um mercado na época muito mais fragmentado do que atualmente, as farmácias tinham um bom poder de barganha perante as distribuidoras.
Foto: reprodução/Drogaria São Paulo e Pacheco