Em 20 de janeiro de 2021, a Fábrica de Sandálias da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI) iniciou suas atividades. Naquele momento, eram somente 05 células produtivas montadas, com 8 postos de trabalho para os custodiados, que sob supervisão de um policial penal, exerciam as atividades de corte, perfuração, rebaixamento, montagem, separação e estoque das sandálias. A primeira sandália produzida, de número 44, foi feita pelo senhor Francisco Fulco Neto, custodiado da CPASI.
A unidade produtiva teve origem em um treinamento promovido pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), por meio da Diretoria de Reinserção Social (DRS), da Coordenadoria de Trabalho e Produção (CTP) e da Coordenadoria de Engenharia e Arquitetura (CEAR), que apresentaram aos custodiados da colônia, os 6 M’s envolvidos no processo produtivo e os fatores de produção, que são: maquinário, matéria-prima, método, meio-ambiente, medição ou medidas, e mão de obra.
Esses fatores de produção, apresentados no treinamento, foram cruciais para o entendimento da complexidade existente na implantação de uma unidade produtiva, das necessidades de infraestrutura, de qualificação da mão de obra, da manutenção dos equipamentos, e do acompanhamento do processo produtivo. Além de serem fundamentais para a implantação de um projeto eficiente, são definitivos para as possibilidades de expansão se concretizarem.
“Conseguimos desenvolver o projeto de unidade produtiva de sandálias da CPASI reunindo os principais aspectos técnicos necessários para uma operação de produção, e buscando compatibilizar processo produtivo com a segurança e a saúde dos trabalhadores. Definimos o layout e oferecemos um treinamento na modalidade on the job, em conjunto com a engenharia de segurança do trabalho da CEAR, para assegurar que todo o processo produtivo fosse sustentado em qualidade e em cumprimento da normatização do trabalho prisional da Seap, estabelecida na Portaria nº 207/2021. Destaco ainda que o primeiro par de sandálias do sistema prisional foi produzido pelo Sr. Francisco Neto, custodiado idoso, demonstrando a preocupação da DRS em garantir acesso ao trabalho a todos, independentemente de sua condição” relata Gerson Santos, assessor de projetos DRS.
O projeto de reinserção social, que começou pequeno, teve resultados promissores e ganhou investimentos do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, que se converteram na ampliação dos postos de trabalho e da capacidade produtiva da unidade. Hoje, a Fábrica possui 40 máquinas, oferta 88 postos de trabalho, em 2 grupos de 44 trabalhadores, produzindo com autossuficiência a marca história de 20 mil pares de sandálias, distribuídos a toda população carcerária do sistema penitenciário paraense.
Por Seap
Foto: Seap