Imazon aponta que o Pará concentra maioria das áreas desmatadas na Amazônia

Segundo o Imazon, o Pará é o Estado da Amazônia que teve mais áreas protegidas – como terras indígenas, territórios quilombolas e unidades de conservação – pressionadas e ameaçadas em um ano. Sete das dez áreas mais pressionadas e cinco das dez mais ameaçadas da Amazônia ficam no Estado.

Entre todas as áreas protegidas, a APA do Tapajós, unidade de conservação federal também no Pará, foi a mais pressionada. As áreas ameaçadas são aquelas onde o desmatamento foi detectado a até 10 quilômetros das áreas protegidas ou pressão se estiverem dentro desses territórios.

 Os dados são do levantamento “Ameaça e Pressão de Desmatamento em Áreas Protegidas”, publicado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que identifica e contabiliza todas as ocorrências detectadas pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon (SAD) em áreas de 100 km² na Amazônia Legal. No ranking das áreas protegidas pressionadas, depois da APA do Tapajós, está a unidade de conservação estadual paraense APA Triunfo do Xingu e a Resex Chico Mendes, unidade de conservação federal no Acre.

A Resex também ocupou o topo da lista de todas as áreas protegidas mais ameaçadas da Amazônia. Ela foi seguida do Parna Mapinguari, unidade federal que fica no Amazonas e em Rondônia, e da APA do Lago de Tucuruí, unidade de conservação estadual também no Pará. Entre as Terras Indígenas (TIs), a Yanomami, localizada no Amazonas e em Roraima, foi a que teve o maior número de ocorrências dentro de seu território, ou seja, a mais pressionada entre agosto de 2020 e julho de 2021. 

Neste ano, a área foi alvo de ataques de garimpeiros, o que motivou ações judiciais de proteção. Dos outros nove territórios indígenas mais pressionados pelo desmatamento, sete ficam no Pará. São, respectivamente, as TIs: Apyterewa, Munduruku, Cachoeira Seca do Iriri, Trincheira/Bacajá, Andirá-Marau (cujo território também fica no Amazonas), Kayapó e Alto Rio Guamá. Já entre as áreas indígenas mais ameaçadas, a TI Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, ocupou o topo do ranking. 

E, assim como nos casos de pressão, o Pará foi o Estado com maior número de terras indígenas ameaçadas, com seis das dez TIs com maior número de ocorrências. Respectivamente, são: Trincheira/Bacajá, Parakanã, Baú, Cachoeira Seca do Iriri, Kayapó e Arara. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram mais de 10 mil ocorrências de devastação da floresta dentro ou a até 10 quilômetros desses territórios, 13% a mais do que no período anterior, entre agosto de 2019 e julho de 2020.

Foto: Ascom/PF