Foto: Ouro Safra/Divulgação
Por G1 Santarém
Para proteger as plantações de soja no oeste do Pará contra a doença “ferrugem asiática”, servidores da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adepará) iniciaram nesta terça-feira (1º) fiscalizações no chamado “Vazio Sanitário”. O espaço de tempo se caracteriza pela ausência completa de plantas vivas de soja.
Este é o terceiro período do “Vazio Sanitário” e as fiscalizações ocorrerão até 30 de novembro em Santarém, Almeirim e Óbidos, além de Tucuruí e Castanhal. A medida também alcança as zonas do Salgado e Bragantina, Belém, Cametá, Furos de Breves, Portel, Guamá, Tomé-Açu, Itaituba e Altamira (com exceção dos distritos de Castelo dos Sonhos e Cachoeira da Serra).
A medida fitossanitária, cujo cumprimento é fiscalizado pela Adepará, é colocada em prática para proteger plantações contra a ferrugem asiática da soja, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, e que pode ocasionar até 70% de perda da safra.
Dentre todas as culturas desenvolvidas no Pará, a soja é uma das mais importantes para o agronegócio e das mais lucrativas para os produtores rurais.
A fiscalização é feita por engenheiros agrônomos e fiscais estaduais agropecuários, que procuram, nas propriedades, se há pés de soja vivos e, caso sejam encontrados, solicitam aos produtores que os destruam, ficando passivos de multas.
O sojicultor tem a obrigação de efetuar, em sua área de plantio, a eliminação das plantas de soja, cultivadas ou espontâneas, estejam elas em quaisquer fases de desenvolvimento, durante o período de “Vazio Sanitário” em sua região.
Cadastro de produção
Para que o Estado fortaleça ainda mais a sojicultura paraense, é fundamental que o produtor cadastre seus plantios na Adepará, no município em que trabalha, todo ano, a cada safra, de maior ou menor porte.
Quem não cumpre a obrigatoriedade do “Vazio Sanitário” está sujeito a notificação e autuação. As multas podem ser aplicadas no valor de 10.000 Unidades de Padrão Fiscal (UPFs). Já quem não cadastra seus plantios de soja, a penalidade é a partir de 67 UPFs. Cada UPF, no Estado, custa R$ 3,4617.
Ferrugem Asiática
A chamada ferrugem asiática tem nome científico Phakopsora Pachyrhizi e sua primeira aparição se dá através de pontos mais escuros no tecido das folhas. Em seguida, ela se torna amarelada e, por isso, é conhecida por “ferrugem”. Se não for eliminada, os prejuízos na lavoura podem ser grandes.
É necessário que a planta da soja esteja viva para que o fungo sobreviva e complete seu ciclo vital. A ferrugem asiática se espalha, principalmente, através do vento, mas sua disseminação só acontece quando atinge plantas vivas. Então o “Vazio Sanitário”, aplicado entre safras, reduz a incidência da doença nas lavouras.