Foto: Reprodução
Palavras bonitas são tão fácil de sair da boca.
Mas do Chico Melo as palavras que saiam eram objetivas, sinceras. Pontuais. Chico foi um grande cara.
Eu tinha um programa de madrugada na tv, mal conseguia pagar os custos. Um dia não consegui mais. Fui falar com ele na RBA. Tinha pintado um horário minúsculo entre o Barra Pesada e o Metendo Bronca.
O Miguel Barbosa falou com o Camilo Centeno, eles achavam que eu podia fazer algo ali. Mas… Tinha de passar pelo Chico Melo. Cheguei lá com um cagaço, Chico dava a impressão de ser bravo. Falei com ele, chorei as pitangas que podia e mais algumas. Ele virou pra mim e disse: Tú és um liso rapaz – já me borrei na hora – mas acho que tem potencial, um talentozinho. Vá lá logo fazer esse programa e não me decepciona!
Lá se vão 18 anos. E sempre que eu queria uma opinião sincera, sem firulas, era pro Chico que eu perguntava. Todo mundo morre, Chico morreu ontem. O que dói é não poder ter nos despedido dele como ele merecia.
Devo muito da minha carreira ao Dr. Francisco.