Foto: Cristino Martins
Por Caio Maia, G1 Pará
O Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, um dos centros de pesquisa sobre o coronavírus (2019 n-CoV) no Brasil, é alvo de uma ação conjunta nesta quinta-feira (6), que investiga irregularidade na compra de materiais laboratoriais. A Operação Parasita cumpriu seis mandados de busca e apreensão na sede do instituto. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), há suspeita de fraudes em pelo menos 10 processos licitatórios, que juntos somam mais de R$ 24 milhões.
O trabalho conta com a participação de seis auditores da CGU e de 32 policiais federais. Segundo a Polícia Federal, as fraudes ocorriam justamente na compra de materiais utilizados na detecção de novas doenças.
Segundo denúncias recebidas pela PF, houve inconsistências na contratação da empresa fornecedora desses materiais. A investigação teve início a partir de denúncias realizadas por meio do Fala BR, canal do Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal.
Ainda de acordo com a PF, as fraudes investigadas ocorriam desde o processo de seleção de fornecedores até a execução de contratos de fornecimento de insumos laboratoriais. Foram detectadas, em editais de licitações, cláusulas que restringiam a competição e acabavam por favorecer a empresa investigada. Além disso, verificou-se superfaturamento por quantidade e por preço.
Após realizar inspeções e levantamentos para apurar as denúncias, a Diretoria do IEC levou a situação à CGU e ao Ministério Público Federal (MPF) por meio de relatório. De acordo com o documento enviado, o mau uso dos recursos destinados à aquisição de insumos para pesquisa impacta diretamente na eficiência do órgão pois o montante de recursos poderia ser investido no desenvolvimento de pesquisas biomédicas e na prestação de serviços de saúde.