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Após BC impor limite, juros do cheque especial caem para 165,6% ao ano

Após BC impor limite, juros do cheque especial caem para 165,6% ao ano

Foto: Jupiterimages/VEJA

Por Alessandra Kianek, VEJA.com

Após o Banco Central impor limite aos bancos, as taxas de juros do cheque especial caíram dos 247,6% ao ano em dezembro para os 165,6% ao ano em janeiro, uma redução de 82 pontos porcentuais. Apesar da queda, os juros ficaram acima do teto estabelecido pela autoridade monetária, de 151,8% ao ano, ou 8% ao mês.

Apesar da queda, o cheque especial ainda é uma das modalidades de crédito mais caras do país, quando comparada com os juros médios para pessoas físicas. Ela é classificada como emergencial e, segundo analistas, deve ser utilizada, somente se for realmente necessário, por um período curto de tempo.

As novas regras começaram a valer desde o dia 6 de janeiro. Em novembro do ano passado, o Banco Central anunciou uma barreira nos juros da modalidade, que poderão ser de no máximo 8% ao mês. Além disso, os bancos ficaram autorizados a cobrar pelo limite de crédito que disponibilizam no cheque especial. Até então, os bancos só eram remunerados quando os clientes de fato usavam o cheque especial (e, portanto, pagavam juros) e não podiam cobrar apenas para oferecer esse crédito. Quem tem até 500 reais de limite no cheque especial não poderá ser cobrado por isso. Quem tiver mais pagará até 0,25% sobre o valor que exceder esses 500 reais. Alguns bancos anunciaram isenção dessa tarifa para os seus clientes.

O BC revisou a metodologia de cálculo dos juros do cheque especial. Agora, os bancos devem informar quanto efetivamente foi cobrado de juros, considerando os clientes que têm o benefício de um período de isenção ou redução de juros, geralmente por 10 dias no mês. Para que isso ocorra, a primeira taxa média informada pelos bancos será estimada e no mês seguinte será substituída pela taxa efetiva. Com a revisão da série histórica de acordo com essa metodologia, a taxa média de juros das concessões do cheque especial a pessoas físicas, em dezembro de 2019, passou de 302,5% ao ano (estatística divulgada em janeiro) para 247,6% ao ano (estatística revisada).

Cartão de crédito

Os juros do rotativo do cartão de crédito caíram em janeiro, passando de 318,8% ao ano em dezembro, para 316,8% ao ano, no mês passado. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. A taxa de juros do crédito pessoal não consignado subiu para 103,5% ao ano em janeiro, com aumentou de 8,9 pontos percentuais em relação a dezembro. De acordo com o BC, a taxa média de juros para pessoa física caiu 0,4 ponto percentual, chegando a 45,6% ao ano.

A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual chegando a 4,9%. Em janeiro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em 3,462 trilhões de reais, com queda de 0,4% em relação a dezembro e aumento de 7% em 12 meses.

(Com Agência Brasil)