Home DESTAQUE A junção da esquerda no Pará é só para as eleições de agora ou representa um projeto de buscar o governo do estado em 2022?

A junção da esquerda no Pará é só para as eleições de agora ou representa um projeto de buscar o governo do estado em 2022?

A junção da esquerda no Pará é só para as eleições de agora ou representa um projeto de buscar o governo do estado em 2022?

Foto: Reprodução

A política é feita de sinais, já disse Maquiavel.
Se isso é verdade, a junção da esquerda – PSol, PT, PC do B, PCB, PDT e Rede – em torno da candidatura de Edmilson, é mais que um apoio só para agora, é um sinal para o futuro?
Pode ser.
Mesmo com suas diferenças aqui e acolá, a esquerda não deixa de ser esquerda, um campo político parecido.
Pode ser apenas que esse apoio seja algo natural, os parecidos tem maior possibilidade de se aproximarem que os antagonistas.
Mas por exemplo, na última eleição para prefeito Edmilson não conseguiu todo esse apoio dos partidos da esquerda, PT por exemplo, ficou de fora.
É claro que a estratégia petista no país, após a retirada de Dilma do poder e a prisão de Lula, enfraqueceu o partido, sempre protagonista até então e tendo os demais partidos da esquerda normalmente orbitando em torno dele.
Já não é mais possível isso, e hoje o PT abre mão da cabeça de chapa para poder ganhar mais pra frente.
Esse raciocínio pode estar sendo feito agora com o apoio do PT a Edmilson.
Com esses apoios partidários, Ed ganha o que não teve na última eleição, tempo de rádio e TV e ampliação de seguidores filiados a esses partidos, na sua campanha.
Mas observadores atentos veem nessa junção da esquerda em torno de Edmilson, mais do que um apoio ocasional. Veem uma estratégia de junção e fortalecimento que poderá, caso Ed seja eleito, recriar a via esquerda como opção para disputar o governo estadual, a verdadeira jóia da coroa no estado.
O PT está sendo claro nas suas atitudes, a priorização de Maria na eleição de Santarém e de Ed em Belém.
Porque?
Caso elejam os dois, pronto, a nova via política – que durante muitos anos existiu no estado mas foi esfarinhada após os problemas nacionais do partido -, volta a existir.
E se Ed virar prefeito, ainda mais com Maria eleita em Santarém, porque não tentar o governo do estado?
Fora que se eleitos, tem mais força para ajudar o projeto petista de retomar a presidência, seja com Haddad, seja com quem for.
O interessante é que parte desses partidos que se juntaram em torno da eleição municipal, estão hoje abrigados no governo estadual, e Helder, claro, tentará a reeleição.
Poderá contar com esses partidos novamente em sua base para a reeleição?
Contará com esses partidos como PT e PC do B que hoje estão abrigados no governo, ou esses escolherão uma candidatura de esquerda que enfrentará o governador?
Sabe-se lá. Mas não é algo, de forma alguma, que possa não ser pensado, analisado.
Para muitos observadores e políticos paraenses, a estratégia da esquerda é cristalina: voltar a ser uma via com possibilidade de brigar pelo governo estadual.
O Bacana News procurou vários políticos, de tucanos a emedebistas, de petistas a pesolistas, e muitos acreditam nisso.
O que acontecerá caso Ed e Maria sejam eleitos, o tempo dirá.
Mas que não se pode deixar de considerar a busca pelo poder em 2022, disputando isso com o atual governador e com um candidato tucano, isso não se pode. Principalmente os demais blocos que vão tentar abocanhar o governo estadual, ou se manter no poder, não podem ignorar essa junção da esquerda agora.
É necessário analisar o que vem acontecendo.
Ou não se faz isso e se parte logo para a inocência.
Coisa praticamente nula em políticos e seus habitats.
Na política a inocência é coisa de principiante.