Home BACANA NEWS A criminalidade pública no Pará não pode ser analisada esquecendo os governos anteriores

A criminalidade pública no Pará não pode ser analisada esquecendo os governos anteriores

A criminalidade pública no Pará não pode ser analisada esquecendo os governos anteriores

Por Marcelo Marques

A violência pública no Pará só pode ser analisada como um todo, que inclui 24 anos de números crescentes na criminalidade.

Nesse momento em que facções criminosas se atacam nos presídios paraenses, é bom recordar que elas foram instaladas por aqui durante os últimos 24 anos de governos, administrados por tucanos e petistas ( uma gestão Almir Gabriel que teve início em primeiro de janeiro de 1995 se reelegendo posteriormente, depois Jatene foi governador por 4 anos, sucedido por Ana Julia que ficou mais 4 anos, após isso Jatene retornou ao cargo por mais dois mandatos, 8 anos portanto e pelo que os números mostram, sem o devido combate que representasse uma diminuição nos índices, pelo contrário, eles apenas cresceram. 

Mas foi no governo de Simão Robison Oliveira Jatene que eles dispararam.

Vamos aos números: 

Segundo o Monitor da Violência, do G1, que monitora mês a mês a violência em todos os estados brasileiros, o total de crimes violentos (índice por 100 mil habitantes) no Pará nos últimos anos foram assim:

2018: 3.963 (Pará) 
2017: 4.043 (Pará)
2016: 3.926 (Pará) 
2015: 3.579 (Pará) 
2014: 3.459 (Pará) 

FONTE: MONITOR DA VIOLÊNCIA – G1

O mesmo levantamento do G1 mostra que com no novo governo as mortes violentas diminuíram. Veja o comparativo dos primeiros meses até maio, o último mês verificado pelo mesmo Monitor da Violência do G1:

CRIMES VIOLENTOSPARÁ – ÍNDICE POR 100 MIL HABITANTES

Janeiro: 311 (2019) vs. 396 (2018)
Fevereiro: 232 (2019) vs. 301 (2018)
Março: 246 (2019) vs. 299 (2018)
Abril: 260 (2019) vs. 402 (2018)
Maio: 270 (2019) vs. 360 (2018)

FONTE: MONITOR DA VIOLÊNCIA – G1

Portanto Helder carrega ainda nas costas a violência instalada no estado na gestão passada, onde houve um crescimento excepcional e agora tem essa herança para resolver. Vale lembrar que nesse dia primeiro de agosto Helder completa apenas sete meses à frente do Governo.

Se fizermos uma comparação entre o Pará com os índices de violência do populoso e rico estado de São Paulo que possui 44,04 milhões de habitantes – o PA possui 8,074 milhões – os dados impressionam mais ainda.
Aqui a violência é maior e cresceu mais do que lá. Vejamos :

CRIMES VIOLENTOSSÃO PAULO X PARÁ – ÍNDICE POR 100 MIL HABITANTES

2018: 3.463 (SP) X 3.963 (PA)
2017: 3.892 (SP) X 4.043 (PA)

FONTE: MONITOR DA VIOLÊNCIA – G1

Jatene não aceitou ajuda do Governo Federal para tentar combater a violência, como se aceitar fosse diminuir a sua imagem de gestor eficiente, quando na verdade aceitar significa reconhecer que o Estado não pode tudo sozinho. 

Helder no entanto solicitou à Força Nacional, a intervenção agora nos presídios paraenses pelo governo federal, conseguiu um programa piloto de combate à violência que está sendo instalado pelo governo estadual e federal em Ananindeua – Sergio Moro fará esse programa em apenas 5 cidades brasileiras, tirou agentes e viaturas que estavam sendo utilizados em órgãos públicos e colocou-os na rua para policiamento, está reiniciando as obras paralisadas de 5 presídios que vão gerar 2 mil novas vagas, convocou no início de julho 485 concursados para trabalharem como agentes penitenciários nas prisões e obteve agora na justiça autorização para contratar mais 642 novos agentes, colocou 60 novas viaturas nas ruas e lançou o programa social TerPaz que leva assistência para bairros vulneráveis, onde a criminalidade mais cresce e onde cidadãos até então sem perspectivas de um futuro melhor, acabam sendo convocados para a criminalidade.

O governador tenta combater a criminalidade com duas frentes; programas assistenciais para a melhoria da condição dos cidadãos, e um novo plano de combate a violência focado nos órgãos de segurança pública.
Portanto é no mínimo injusto que a violência pública no Pará não seja analisada olhando os anos anteriores ao governo Helder onde segundo os números e dados oficiais, ela disparou.

O lamentável episódio ocorrido em Altamira, as facções criminosas instaladas ao longo dos anos no estado e a violência pública estão sendo enfrentados, mas é insano pensar que tudo será resolvido em sete meses de governo. 

Agora é de se perguntar: se as chacinas dispararam no estado nos últimos anos, se o número de homicídios disparou, isso não é fruto da administração anterior? Existe como discutir índices de violência sem levar esses números em conta? Há como comparar 7 meses de governo e seus resultados – mesmo que no comparativo de 2018 para 2019 os números tenham caído – com oito anos?
Infelizmente, dar tempo a essa gestão, ou a qualquer outra que estivesse nesse lugar, é necessário.

É da atual administração a responsabilidade de combater o crime, e o próprio governador demostra empenho nesse sentido, mas nesse momento em que as mortes ocorreram em Altamira, o que se vê é um deleite da oposição com o ocorrido, apostando no quanto pior melhor, politizando o ato brutal e o que é mais grave, não fazendo uma análise real dos fatos, que não podem ignorar o passado crescente de violência que nos fez chegar onde chegamos. 

O ocorrido em Altamira deve ser investigado e seus responsáveis prontamente punidos. O governo necessita e a população espera que os investimentos na segurança pública cresçam e se intensifiquem.

Se continuarmos comparando os anos da gestão Jatene à frente do governo, na questão da violência pública, com os números do vizinho estado do Maranhão, aí então temos números que afirmam ainda mais a inaptidão da então equipe governamental.

MARANHÃO – CRIMES VIOLENTOS – INDICE POR 100 MIL HABITANTES

2018: 1.699, no Pará 3.963
2017: 1.948, no Pará 4.043
2016: 2.215, no Pará 3.926
2015: 2.191, no Pará 3.579
2014: 2.098, no Pará 3.459

FONTE: MONITOR DA VIOLÊNCIA – G1

O Maranhão tem 6,851 milhões de habitantes. Por qualquer lado que se olhe a realidade é cristalina, Jatene viu a violência disparar, e ela foi entregue a Helder, ou seria a Márcio Miranda, Paulo Rocha ou Fernando Carneiro se esses vencessem a eleição. Resultados já aparecem como aqui divulgamos um comparativo. 

Mas o que todo mundo vê, se realmente analisar sem os óculos da oposição, é um governo trabalhando para enfrentar esses e outros problemas. 
Pode-se gostar ou não do governador, mas é injusto falar de violência pública sem entender porque ela chegou onde chegou. Não nos tornamos um estado violento em 2020!

O governador tem um abacaxi enorme nas mãos, parece disposto a enfrentá-lo e o tempo é que dirá se terá êxito ou não. 
Torcemos pra que tenha.