Xiaomi supera a Apple pela primeira vez e se torna a segunda maior fabricante de celulares

Foto: Reuters/Bobby Yip

A companhia chinesa Xiaomi tornou-se a segunda maior produtora de smartphones no segundo trimestre deste ano, anunciou nesta sexta-feira, 16, o instituto Canalys. A empresa, que produz desde panelas elétricas de arroz até monitores de jogos, teve um crescimento de 83% nas vendas de seus celulares no período.

Essa é a primeira vez que a Xiaomi supera a Apple na produção de smartphones. A Samsung permanece como a principal fabricante do setor. No último trimestre, segundo a Canalys, a Samsung atingiu 19% na participação do mercado, enquanto a Xiaomi registrou 17% e a Apple, 14%.

De acordo com reportagem da Bloomberg, as ações da companhia chinesa subiram 4,1% na bolsa de Hong Kong nesta sexta-feira (16/07). Foi a melhor performance da empresa no índice local Hang Seng.

Já a chinesa Huawei saiu do ranking em decorrência de sanções do ano passado, que a retiraram da cadeia de suprimentos essenciais na produção de chips eletrônicos. A retirada da Huawei do mercado levou outras companhias chinesas a investirem massivamente em novos hardwares e em atualizações. A Xiaomi foi particularmente ativa, com o lançamento de novos modelos nos primeiros quatro meses de 2021.

O modelo MI 11 Ultra é o principal. Com ele, a empresa busca aumentar as vendas de celulares no mercado premium do setor. O aparelho tem um dos maiores sensores de câmera de smartphones.

“Comparado com a Samsung e a Apple, seu preço médio de venda é cerca de 40% e 75% mais barato, respectivamente. Então, uma das maiores prioridades da Xiaomi neste ano é crescer as vendas de seus dispositivos de última geração, como o Mi 11 Ultra. Mas será uma batalha difícil, com Oppo e Vivo compartilhando o mesmo objetivo, e ambos dispostos a gastar muito em marketing para construir suas marcas de uma forma que a Xiaomi não está [disposta]”, comentou Ben Stanton, gerente de pesquisa da Canalys, à Bloomberg.

A expansão da Xiaomi no mercado externo foi o principal vetor do crescimento da empresa neste ano. O aumento dos embarques foi da ordem de 300% para a América Latina, 150% para a África e 50% para a Europa ocidental, constatou a pesquisa da Canalys.

No segundo trimestre, é comum a perda de espaço no mercado para a Samsung e a Apple, já que ambas se preparam para o lançamento de smartphones atualizados. No início desta semana, a Bloomberg também reportou que a Apple pediu aos seus fornecedores a construção de até 90 milhões de exemplares para a próxima geração de iPhones neste ano, o que é uma elevação considerável em relação às remessas de 2020.

POR ÉPOCA NEGÓCIOS