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Tenhamos fé

Tenhamos fé

Foto: Reprodução

Primeiro eram notícias de homens e mulheres do outro lado do mundo que morriam sem a gente saber direito como.
Depois isso foi aumentando, mais pessoas morrendo, passando pra outros países.
Mais notícias, mais mortes.
Até chegar ao Brasil, quando nosso sinal de alerta começou a dar sinais.
Quando chegou ao Pará o sinal disparou
Agora o que eram números, viraram nomes. Nomes de conhecidos, nomes de amigos.
O medo tomou conta, a angústia, a fragilidade humana se demonstrou clara e cristalina
A cada amanhecer me parece que sonhei com um daqueles filmes de Hollywood – é só pesadelo!!!!!
Mas aí é abrir o celular, olhar as redes sociais e o WhatsApp pra ver que não.
É real, tristemente real.
Real de uma forma que rasga a gente, porque a gente não vê saída, não vê solução.
Tão real que escrevendo vou me lembrando dos nomes dos conhecidos e dos amigos, e lembrando dos papos, do convívio, das histórias que ficam.
E o amanhã deixa se ser sonhado para ser apenas esperado. Que ele venha e estejamos vivos, que os nossos estejam vivos, que não nos atinja e não atinja os que conhecemos.
Enquanto isso os números aumentam, como se a natureza mostrasse que quem realmente manda não somos nós.
A cada imagem na tv de alguém que se foi, de alguém que ficou e chora alguém que se foi, um beliscão recebemos no estômago.
Nunca a dor do outro foi tão nossa.
E nesses momentos a única coisa que me vem à cabeça é uma frase que define a fé: Jesus disse, homem de pouca fé.
Nos dizendo para crermos nele, e crer é acreditar. E nesse momento, acreditar é o que nos resta.
Tentemos ser homens e mulheres não de pouca fé, mas de muita fé.
Tentemos. Tenhamos!!!!!!!

Marcelo Marques