Pode superar R$ 800 trilhões o custo global da crise do clima

Estudos recentes buscaram traduzir o impacto da crise do clima, com temperaturas altas, entre outros impactos em números. Publicado em 2021 pela OMM, o “Atlas da Mortalidade e de Perdas Econômicas Causadas por Fenômenos Climáticos e Hídricos Extremos” estima que os mais de 11 mil desastres naturais associados ao clima entre 1970 e 2019 tenham gerado custos de US$ 3,64 trilhões.

Em reais seriam R$ 17,22 trilhões na cotação atual, com os valores aumentando década a década. Já a firma de auditoria Deloitte, uma das maiores do mundo, projeta que, caso os padrões de emissão de carbono atuais sejam mantidos até 2070, as perdas globais totalizarão US$ 178 trilhões (R$ 841 trilhões).

Nos Estados Unidos, rodovias se partiram ao meio, e operários da construção civil passaram a misturar pedras de gelo a massas de concreto para se certificar de que as vigas que fixavam não se rachariam ao secar, dando mostras de que materiais como ferro, aço e todo tipo de adesivo a base de polímeros que sustentam a arquitetura moderna não suportarão a alta das temperaturas.

Em Phoenix, capital do Arizona, hospitais acolheram uma multidão de pacientes que se queimaram gravemente após caírem no asfalto. O sul da Europa, na mesma toada, enfrenta algumas das temperaturas mais altas de sua história recente.

Na Grécia, incêndios florestais levaram ao deslocamento de mais de 20 mil turistas, e, na Sicília, canos subterrâneos derreteram devido ao calor no asfalto, deixando mais de 500 mil pessoas sem energia. A justificativa da distribuidora foi de que operava em “condições excepcionais de emergência climática”.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil