Pesquisa revela que estereótipos contra o autismo atrasam diagnóstico em mulheres e dificultam inclusão

O Mapa Autismo Brasil mostrou que mulheres no transtorno do espectro autista (TEA) enfrentam maiores dificuldades para conseguir diagnósticos do que homens.

A pesquisa busca entender as complexidades vividas pela população com autismo no Distrito Federal, realizada pelo Instituto Steinkopf e a Universidade de Brasília. Um terço das mulheres recebeu o diagnóstico após os 20 anos de idade, o que caracteriza o diagnóstico tardio do TEA.

Apenas 9% dos homens receberam o diagnóstico na mesma faixa de idade. Enquanto a idade média dos homens ao receberem o diagnóstico é de 7 anos, para mulheres a média é de 14 anos.

O diagnóstico precoce, entre os 0 e 4 anos, é mais frequente entre eles: 61,6% dos homens recebem o diagnóstico nesta idade, realidade para apenas 37,2% das mulheres.

A pesquisa da Mapa Autismo Brasil aponta que mudar esse cenário de desigualdade de gênero na saúde e garantir diagnósticos precoces é tarefa dos profissionais de saúde e educação.

Além de aumentar a atenção aos sinais e sintomas do TEA, por vezes escondidos e mascarados nas mulheres, os especialistas também podem levantar discussões e pesquisas sobre a vivência do autista, o que aumenta a visibilidade e atenção da sociedade no tópico.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil