Oscar Maroni pagará R$ 10 mil por aglomeração em festa clandestina no Bahamas em SP; em troca, Justiça vai encerrar processo

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Oscar Maroni Filho aceitou pagar R$ 10 mil ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad) por ter realizado uma festa clandestina, em 17 de março, no Bahamas Hotel Club, na Zona Sul de São Paulo. O valor foi proposto pelo Ministério Público (MP) para que a Justiça encerre o processo de crime à saúde pública que movia contra o empresário de 70 anos, proprietário do local.

Na quarta-feira (2), ocorreu a audiência virtual do caso. Por videoconferência, o juiz Fabricio Reali Zia, da Vara do Juizado Especial Criminal, do Fórum da Barra Funda, ouviu Maroni, que concordou com a transação penal sugerida pelo MP em troca da extinção da ação de “infração de medida sanitária preventiva”.

Operação conjunta da Polícia Civil e autoridades de saúde encontrou 54 pessoas aglomeradas dentro do hotel, em Moema, após denúncia anônima. Na balada, hóspedes, visitantes e funcionários estavam sem máscaras de proteção contra a Covid e não respeitavam o distanciamento físico. Policiais filmaram a ação.

Pelo descumprimento das regras determinadas pelo governo estadual para conter a pandemia do coronavírus, o Bahamas foi fechado pela prefeitura. Em 18 de março, foram colocados blocos de concreto na entrada do hotel.

Boate virou hotel

Até meados de 2013, o lugar era conhecido como Boate Bahamas. Mas, por causa da suspeita da polícia de que o local funcionava como casa de prostituição e por problemas com licenças e certificados, a Justiça proibiu seu funcionamento como casa noturna.

Maroni então mudou o nome e a atividade do estabelecimento para que ele fosse reaberto como hotel, e a prefeitura autorizou seu funcionamento.

G1 não conseguiu localizar o empresário para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem.

Bahamas e garotas de programa

Desde que surgiu, o Bahamas sempre foi conhecido por ser frequentado por garotas de programa, até os dias atuais. Em 2007, quando funcionava como boate, seu dono, Oscar Maroni, foi preso por determinação da Justiça e foi solto um mês depois. À época ele era acusado de explorar a prostituição no local. A prostituição não é crime no Brasil, mas a exploração dela, sim.

Maroni sempre negou que usasse o Bahamas para explorar a prostituição. Em entrevistas anteriores, alegou ainda que não podia impedir a entrada de garotas de programa no local.

Em 2011, a Justiça havia condenado Maroni a 11 anos de prisão por explorar a prostituição no Bahamas. Ele não foi preso dessa vez e voltou a negar o crime. Em 2013, o empresário foi inocentado pelo Tribunal de Justiça (TJ) da acusação de favorecimento à prostituição.

Ainda em 2013, o Bahamas reabriu após ficar seis anos fechado. Maroni conseguiu autorizações da Justiça e da prefeitura para que o lugar funcionasse como ‘hotel” e prestador de serviços “pessoais e estéticos”.

“Eu não sou bandido, marginal ou cafetão. O Bahamas é um bar frequentado por homens, mulheres e casais. O sabor da justiça é maravilhoso”, disse Maroni ao G1 em 2013.

Por G1