Como prioridade do Governo Federal desde 2015, o projeto da Ferrogrão, prevê a construção de uma linha férrea que começa no Mato Grosso, e termina no porto de Miritituba, em Itaituba, no Pará. É valido lembrar que Mato Grosso é maior produtor de grãos do país. Ao todo, o investimento de R$12 bilhões será injetado pela iniciativa privada.
Terá o prazo de concessão de 69 anos, nos mais de 900 quilômetros de extensão do projeto. A ferrovia seria uma alternativa à rodovia BR-163 conhecida como rota da soja, do milho e do algodão, construída na década de 1970 para ligar os dois estados.
A promessa é de que a construção da ferrovia consolide, a longo prazo, um corredor logístico capaz de reduzir distâncias e aliviar o bolso de quem paga para exportar produtos como soja e milho, tendo em vista que a estimativa é de recuo de 30% a 40% no preço do frete. Cada viagem substituirá o equivalente a 400 caminhões de carga, segundo entidades do setor, reduzindo até 104 toneladas de CO² despejadas na atmosfera.
Inicialmente, a ferrovia conseguiria transportar 19,2 milhões de toneladas de grãos, mas a capacidade pode aumentar para 50 milhões após 30 anos. Apesar disso, muitas pesquisas apontam desvantagens na construção da ferrovia. Segundo a Universidade Federal de Minas Gerais, a ferrogrão pode desmatar 49 mil km² em 48 cidades.
A área é 64% superior à devastação recorde da Amazônia em 2022 (17,7 mil km²). A PUC-Rio e a Climate Policy Initiative estimam que apenas no Mato Grosso, o desmatamento pode chegar a 2.000 km², área superior à cidade de São Paulo.
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