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MPF quer saber do Ibama como será feita retirada de equipamentos apreendidos em fiscalizações no Pará

MPF quer saber do Ibama como será feita retirada de equipamentos apreendidos em fiscalizações no Pará

Foto: Reprodução

Por G1 Pará

O Ministério Público Federal (MPF) pediu resposta ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) sobre como será feita a retirada dos materiais de grande volume apreendidos em áreas de difícil acesso, e que não sejam imediatamente destruídos, em ações de fiscalização ambiental no Pará.

O ex-superintendente do Ibama no Pará, coronel da reserva da PM Evandro Cunha, foi exonerado nesta quarta-feira (11), após afirmar a cerca de mil pessoas em uma audiência pública que ia impedir a destruição de bens apreendidos em áreas de desmatamento e garimpo ilegal. O Ministério do Meio Ambiente informou que não houve nenhuma determinação para preservar maquinários. O G1 entrou em contato com o Ibama e aguarda posicionamento.

O Ibama no Pará funcionava sem superintendente nomeado desde a gestão Temer. Substitutos assumiram a gestão no estado, até a nomeação do coronel Evandro Cunha no dia 4 de setembro.

Segundo o MPF, mesmo sem chefia, o Ibama terá que responder qual o orçamento para retirada de materiais apreendidos; qual órgão público ou setor da iniciativa privada vai arcar com os custos; se existem servidores ou empresa contratada para remoção desses equipamentos e se houve licitação; se existe pátio, armazém ou depósito para guardar os bens a serem apreendidos; como será feita a manutenção e qual a destinação final dada ao maquinário.

O MPF informou que, segundo a legislação, ao verificar um crime ambiental os fiscais devem destruir ou doar os produtos ou subprodutos da infração, seja madeira, ouro, gado, entre outros. A destruição ou inutilização, segundo o MPF, de equipamentos e produtos está prevista no decreto 6.514/2008, que determina a medida quando “for necessária para evitar o uso e aproveitamento indevidos, quando o transporte e a guarda forem inviáveis em face das circunstâncias” ou quando “possam expor o meio ambiente a riscos significativos ou comprometer a segurança da população e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização”.

O documento do MPF cita, ainda, uma fala do presidente Jair Bolsonaro, de abril de 2019, quando afirmou ter orientado fiscais a pararem de inutilizar o maquinário utilizado em crimes ambientais.

Entenda o caso

No Pará, grupos de garimpeiros vêm respondendo com violência e protestos às fiscalizações feitas pelos órgãos ambientais na região. No dia 30 de agosto, agentes do Ibama foram alvos de tiros próximo a uma área indígena. Para a Polícia Federal, os criminosos queriam intimidar as ações de combate a garimpos ilegais na região. Desde segunda, um grupo interdita a rodovia BR-163, em Itaituba pedindo a legalização de áreas de garimpos.

Na audiência, o ex-superintendente, nomeado no dia 4 de setembro ao cargo, disse que segue ordens do governo federal.

“Fiquem certos que isso [a destruição de equipamentos] vai cessar, entendam que nós somos únicos, mas vamos trabalhar diuturnamente para acabar com essa problemática de estarem danificando patrimônio alheio. O trabalhador merece respeito, e terá o respeito do governo federal. Eu sou soldado e eu sei cumprir ordem, a ordem que recebi foi para parar com isso daí”, afirmou Cunha.

O Ministério Público Federal (MPF) do Pará recomendou à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) que as ações de fiscalização ambiental tenham apoio da Polícia Militar do estado. O pedido ocorre após denúncias de que a PM estava recusando dar apoio a funcionários do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).

Em nota, a Segup disse que apoiou mais de setenta fiscalizações em 2019, de todos os órgãos ambientais, incluindo o Ibama, e que está negociando um termo de cooperação para melhorar o planejamento das ações no estado.