Uma nota coletiva foi publicada por movimentos sociais, denunciando a morte, tentativa de assassinato e tortura de trabalhadores rurais durante uma operação da Polícia Civil do Pará na última sexta-feira, 11, em Marabá, sudeste do Estado.
A operação, chamada “Fortis Status”, foi realizada na fazenda Mutamba, que está ocupada por famílias sem-terra, resultando na morte de dois homens, identificados, além de feridos e quatro prisões. A nota, assinada por sete associações, inclui a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
O documento expressa indignação com a situação e destaca a violência enfrentada pelos trabalhadores rurais. A Polícia Civil, através da Delegacia Especializada em Conflitos Agrários de Marabá (Deca), informou que as duas mortes ocorreram após “confronto com a polícia”.
As quatro pessoas detidas são suspeitas de associação criminosa e porte ilegal de armas. A área da fazenda em disputa abrange 12.229 hectares e cinco alqueires, ocupada por aproximadamente 200 famílias sem-terra da Associação Rural Terra Prometida.
A disputa pela terra tem sido marcada por tensões jurídicas e conflitos, sendo que, em março deste ano, o juiz da Vara Agrária Regional, Amarildo José Mazutti, contestou um recurso da Defensoria Pública que apontava omissão no cumprimento da função social da terra.
O juiz rejeitou o recurso, alegando que não havia omissão ou obscuridade na decisão. Entretanto, em maio, uma reviravolta ocorreu quando o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a ordem de reintegração de posse, gerando novas expectativas e tensões na comunidade.
Os movimentos sociais exigem justiça e a proteção dos direitos dos trabalhadores rurais, que enfrentam cada vez mais a violência em conflitos agrários. A situação continua a ser monitorada, enquanto a comunidade clama por respostas e a garantia de seus direitos.
Com informações do Estado do Pará Online
Foto: PC