Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Laryssa Borges, VEJA.com
O ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro afirmou nesta segunda-feira, 24, que “não há uma situação de absoluta desordem nas ruas” do Ceará. O ministro visitou o estado acompanhado dos ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e André Mendonça (Advocacia-geral da União) e do governador Camilo Santana após o motim de policiais e bombeiros militares no estado por aumento salarial. De acordo com o chefe da pata da Justiça, a despeito do forte aumento de crimes violentos, “a situação está sob controle dentro de um contexto relativamente difícil”. O motim chegou ao sétimo dia nesta segunda. Até agora, beira a 150 o número de assassinatos durante a paralisação das forças de segurança.
“As forças estão aqui subsidiariamente para atender uma situação que entendemos ser temporária. Existe o indicativo de aumento de alguns crimes mais violentos, mas não há uma situação de absoluta desordem nas ruas. As pessoas estão nas ruas, nós circulamos nas ruas. Não existem saques nem nada disso a estabelecimentos comerciais. A situação está sob controle dentro de um contexto relativamente difícil em que parte da polícia estadual está paralisada”, disse Moro.
Moro descartou, por ora, a participação da Força Nacional de Segurança Pública em uma eventual reintegração de posse e afirmou que a decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite que as Forças Armadas utilizem até taques para patrulhar as ruas, serve para restabelecer a segurança da população e do patrimônio público. “Viemos aqui para serenar os ânimos, e não para acirrá-los [em uma eventual reintegração de posse]. Serenar é importante”, completou o ministro.
Com o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, a segurança no estado está realizada por cerca de 2600 mil soldados do Exército, 150 agentes da Força Nacional, 212 policiais rodoviários federais, policiais civis PMs de batalhões que não aderiram à paralisação. O Ceará tem batalhões tomados por policiais militares e familiares desde de terça-feira, 18.
Ao menos nove quartéis estão sob o comando dos manifestantes, que cortaram ou esvaziaram pneus de viaturas e motocicletas. O governo decidiu suspender 167 policiais, que estão sendo investigados por participar na paralisação.