Mercado projeta Ibovespa aos 145 mil pontos em 2021

O crescimento de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deve impulsionar ainda mais a Bolsa até o fim do ano, sobretudo os papéis das empresas domésticas. Até agora, quem vinha dando tração ao Ibovespa (principal índice da B3) eram as companhias exportadoras de commodities, alavancadas principalmente pelas compras chinesas. Juntos, esses dois movimentos podem fazer o Ibovespa chegar a 145 mil pontos no fim do ano – um aumento de 22% em 12 meses -, de acordo com as estimativas mais otimistas do mercado.

Entretanto, as ações são investimentos de risco, com preços voláteis, e o cenário pode mudar rapidamente. Por enquanto, a alta acumulada é de 8,9%. Na quarta-feira, o Ibovespa subiu 1,04% e terminou o dia com 129.601,44 pontos, nova máxima histórica. A tendência de alta no Ibovespa começou a se solidificar em abril, após um período conturbado no mercado financeiro nacional.

Em apenas dez dias no fim de fevereiro – quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou a mudança no comando da Petrobras (PETR3/PETR4), assustando os investidores -, o indicador perdeu 10 mil pontos, com uma retração de 8,6%. A queda brusca exemplifica o comportamento volátil e de risco da Bolsa.

Se não houver novos sustos (e eles são frequentes), os analistas apostam em um fortalecimento da Bolsa nos próximos meses semelhante ao de abril e maio. O Bradesco BBI projeta oficialmente um Ibovespa na casa dos 135 mil pontos em dezembro. Mas a tendência é de alta, segundo André Carvalho, estrategista de ações para a América Latina e chefe de análise de empresas do banco.

“Hoje eu diria que 140 mil pontos para a Bolsa no fim do ano parece até conservador nesse cenário de PIB.” Há pouco mais de 15 dias, o Bradesco BBI estimava que o Ibovespa encerraria 2021 com 130 mil pontos. A alteração da previsão ocorreu antes de o PIB do primeiro trimestre ser divulgado, na terça-feira. “Havia um consenso entre os economistas que o PIB cresceria 3% neste ano. Imagino que esse número deve ir para perto de 5% agora. Aí é natural que, revendo o PIB, se revise também o lucro das empresas para cima e a Bolsa”, acrescenta Carvalho.

Foto: Reuters/Paulo Whitaker/Agência Brasil