Foto: Reprodução / TJPA
Por G1 Pará
A Justiça do Pará manteve a prisão de acusados de envolvimento no assassinato de 11 pessoas em bar no bairro do Guamá, em Belém. Todos os oito acusados devem ir a júri popular, entre eles, quatro policiais militares. Um dos réus, Ian Novic, está foragido e é representado por advogado de defesa. O julgamento está previsto para abril de 2020.
O caso ficou conhecido como “Chacina do Guamá” e teve repercussão nacional. A maioria das vítimas foi morta com tiros na cabeça. O crime é considerado a maior chacina em um único lugar registrada em Belém.
A audiência no Fórum Criminal de Belém durou cerca de 12 horas. Sete dos oito acusados de participação foram ouvidos nesta segunda (16).
A Justiça acatou parcialmente a decisão da promotoria, que pediu a impronúncia do réu Jailson Serra, dono da padaria onde a ação foi combinada. Ainda cabe recurso.
Audiências
Esta é a primeira vez que os réus são ouvidos pela Justiça comum. Em novembro, eles foram interrogados pela Justiça Militar.
Na audiência desta segunda, além dos acusados prestarem depoimentos, ocorreu as últimas alegações da defesa e da acusação, além da decisão do juiz se os acusados devem ou não ser submetidos a júri popular.
A Justiça também deve definir a data do julgamento, que deve ocorrer em 2020. Os advogados de defesa e acusação podem recorrer da decisão.
Na audiência do último dia 27 de novembro, não foram ouvidas algumas testemunhas de defesa, entre elas dois delegados. O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) determinou, então, que essas testemunhas se apresentassem ou fossem dispensadas.
Foram ouvidos depoimentos de uma testemunha de acusação, que é filha de uma das vítimas; e os quatro réus, todos policiais militares que estão sendo acusados na esfera administrativa por dois crimes. Os policiais são acusados de peculato, por usarem armas e munições da PM, e de organização para prática do crime.
Inquérito policial
Em nota, a Polícia Civil informou que concluiu o inquérito policial e que compete ao Poder Judiciário e ao Ministério Público do Pará (MPPA) dar seguimento ao processo na esfera criminal. A Polícia Civil disse, ainda, que não recebeu qualquer tipo de denúncia sobre excessos cometidos por policiais civis.
Foram denunciados:
- Jailson Costa Serra – dono da padaria onde a ação foi combinada;
- Jonatan Albuquerque Marinho, conhecido como ‘Diel’ – acusado de planejar e elaborar a logística;
- Pedro Josimar Nogueira da Silva, conhecido como ‘cabo Nogueira’ – executor;
- José Maria da Silva Noronha, o ‘cabo Noronha – executor;
- Leonardo Fernandes de Lima, ‘cabo Leo’ – executor;
- Ian Novic Correa Rodrigues, o ‘Japa’ – acusado de dar cobertura à ação, que está foragido;
- Wellington Almeida Oliveiras, o ‘cabo Wellington’ – acusado de chegar antes ao bar para identificar e localizar as vítimas;
- Edivaldo dos Santos Santana – motorista que levou e deu fuga aos executores.
Entre os suspeitos, o nono investigado, Agnaldo Torres Pinto não foi alvo de denúncia, pois o MPPA considerou que não houve provas suficientes contra ele no inquérito policial sobre o caso.