Foto: Instituto Bicho D’água
Por G1 Pará
Com cerca de 2 metros de comprimento e 200 quilos, o peixe-boi batizado de Omar, que significa “aquele que vem do mar”, precisa da ajuda dos humanos para ser devolvido à natureza. Desde que foi resgatado, em 2013, Omar está sob os cuidados da Instituto Bicho D’Água, que lançou a campanha #omarvoltapromar com o objetivo de arrecadar fundos para custear o transporte e adaptação do peixe-boi.
Omar teria se perdido da mãe ainda filhote, quando foi encontrado dentro de um curral de pesca na praia da vila de Passagem Grande, em Salvaterra, na ilha de Marajó. Segundo a Bicho D’Água, Omar representa o primeiro registro de um peixe-boi marinho vivo na costa leste do Marajó, onde a espécie havia sido dada como extinta desde 1981.
Na época do resgate, a bióloga Renata Emim informou que o registro anterior foi de um crânio recolhido no município de Soure. “É uma espécie muito rara, a mais ameaçada do Brasil entre os mamíferos aquáticos”, disse. “Todos os outros encalhes que houve na costa eram de peixe-boi amazônico. É o primeiro registro de um animal desses vivo na costa do Marajó. Isso é um bom sinal, de que talvez eles estejam reproduzindo nessa área”, afirmou.
O peixe-boi seria levado para Belém, mas especialistas consideraram que o ideal era o animal permanecer na região marajoara. O bicho está em reabilitação em um igarapé e recebe cuidados diários de dois tratadores, sob a responsabilidade de veterinários do Ibama, da UFPA Castanhal, e do Instituto Bicho D’água.
Omar ainda usa a mamadeira para tomar seu leite de soja, mas já se alimenta de capim também. Agora, depois de seis anos, a equipe acredita que chegou a hora de Omar voltar para o mar.
“Ele está em um igarapé agora, que não tem maré e ele precisa ir para um lugar com maré para aprender a viver solto. A gente acredito que será um período de 4 a 5 meses de adaptação para depois ser solto. O monitoramento dura 2 mais dois anos, em que ele vai usar um rádio colar, para ter certeza que deu certo, que ele não vai encalhar”, afirma a bióloga.
A ideia é que ele seja transferido para um semicativeiro natural na Resex de Soure, na ilha de Marajó. Mas, os custos que envolvem todo o processo de reabilitação, incluindo alimentação e monitoramento pós-soltura são altos, por isso foi criada a campanha #omarvoltapromar.
Para arrecadar dinheiro, estão sendo vendidos pela loja virtual produtos ecológicos como kits de canudos de aço inoxidável, camisas, copos, bolsas em que a renda é destinada aos custos de manutenção do Omar. Mais informações sobre como ajudar podem ser obtidas pelo telefone (91): 98226-5005.