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As ocupações pelo interior da Amazônia como parte da Cabanagem são o mote da exposição “Fronteiras Cabanas”, aberta nesta quarta-feira (10), na sede do Arquivo Público do Estado do Pará, em Belém. Até o dia 31 de janeiro, documentos históricos sobre as fronteiras por onde os cabanos passaram naquele período estarão expostos ao público. A visitação é gratuita, de segunda a sexta-feira, das 8 h às 14 h.
Na parte externa do prédio também são apresentados fatos históricos sobre a Cabanagem. “Os painéis explicam, de forma simples e direta, o que foi a Cabanagem, visando atingir o público que passa em frente ao Arquivo e não tem muito tempo para ler. Os textos são curtos e simples. Já na parte de dentro, estão documentos que demonstram a amplitude da Cabanagem dentro do território amazônico”, explica Leonardo Torii, diretor do Arquivo Público.
Rodrigo Santos, 36 anos, graduando do curso de Licenciatura em História, aprovou a exposição. “Estou desenvolvendo uma pesquisa sobre os Guajajara, que são descendentes dos Tupinambá, que por sua vez povoavam esse território na época da invasão portuguesa. O Maranhão é onde os Guajajara estão, e os documentos revelam que também foi uma fronteira ocupada pelos cabanos. Achei muito interessante essa exposição”, disse o visitante.
Comemorações – A mostra é uma das atividades do Premar Cabano, iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) que marca os 189 anos da Cabanagem, e também celebra os 408 anos de Belém. Além desta, outra exposição também integra a programação, denominada “Entremeio Cabano”, no Museu do Estado do Pará (MEP), com abertura nesta quinta-feira (11). A proposta é uma correlação entre o passado e o presente, por meio do acervo do Museu e do Arquivo.
“Optamos por dialogar com esses documentos daquele período, trazendo o acervo do Museu do Estado junto a peças contemporâneas. Aqui, iremos apresentar fotografias contemporâneas da Nay Jinknss, além de duas instalações de artistas contemporâneos e uma poesia de uma poeta quilombola contemporânea. A ideia é discutir o significado da Cabanagem, e como ela continua relevante até hoje, no presente”, informa Tamyris Monteiro, diretora do MEP.
Na quinta-feira também serão ministradas duas palestras no Museu do Estado. A primeira, as 9h30, será com a professora Eliana Ramos, que falará sobre as “Insurgências femininas na Cabanagem”. Em seguida, as 10h30, o tema será “Da guerra e da paz: as conexões entre as eleições para a justiça de paz e a Cabanagem no Grão-Pará (1828-1841)”, com a professora Danielle Mourão. A programação ocorre em parceria com a Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh).
A programação completa do Preamar Cabano está disponível no instagram da Secult (@secultpara).
Texto: Amanda Engelke – Ascom/Secult