Estudo aponta que o Norte tem apenas 1,4 médicos para cada mil habitantes

A capita paraense concentra 4.64 médicos por mil habitantes – proporção que sugere má distribuição dessa mão de obra no Pará, já que, conforme o estudo de Demografia Médica no Brasil 2023, da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), o Estado tem apenas 1.18 médicos/mil hab. em todo o território.

Em cenário nacional, a região Norte têm as piores proporções do Brasil, com quase 19 milhões de habitantes e apenas 27.453 médicos, ou seja, 1,4 profissionais/mil hab.

Ainda esta semana, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a abertura de novos cursos de medicina em municípios previamente sinalizados, como forma de aplacar a baixa proporção de médicos por habitante em algumas regiões.

A referência de proporção ideal de médicos por habitantes do Governo Federal é de 2,7 médicos/mil hab. – tendo como base a média do Reino Unido, que, depois do Brasil, é o país com o maior sistema de saúde pública de caráter universal orientado pela atenção básica. O que chama atenção no estudo é que o problema não é por falta de profissionais, uma vez que um estudo da Universidade de São Paulo (USP) com a Associação Médica Brasileira (AMB) mostra que, em 20 anos, o número de médicos mais que dobrou no Brasil.

Em janeiro deste ano, havia 562.229 inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), o que corresponde a uma taxa nacional de 2,6 médicos/mil hab. O CRM-PA informou que existem, atualmente, 11.087 médicos registrados no Pará, sendo 6.689 em Belém e 2.843 no interior, realidade que se alinha ao revelado pelo estudo da Anadem, que aponta que há grande diferença entre a distribuição de médicos entre capitais e interiores.

Enquanto as capitais dos estados do Norte têm média de 3,16 médicos/mil hab., a região metropolitana e o interior apresentam, respectivamente, 0,54 e 0,67.

Foto: Bruno Cecim – Agência Pará