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Em dez anos carros autônomos vão te pegar no aeroporto

Em dez anos carros autônomos vão te pegar no aeroporto

Johnnie, por que você está envolvido nisso?”. Johnnie, no caso, é John Krafcik, CEO da Waymo, uma das empresas da Alphabet. Quem faz a pergunta é sua mãe, e o “nisso” a que ela se refere é a tarefa de construir um carro completamente autônomo e colocá-lo na rua para rodar. Krafcik não responde a pergunta, mas garante ao público do SXSW 2018 que sua mãe, após a consternação inicial, entendeu a dedicação do filho quando finalmente deu uma volta num Waymo. Em desenvolvimento desde 2009, o veículo está sendo testado na cidade de Phoenix, no estado do Arizona, nos Estados Unidos, há 18 meses. A questão que não quer calar, portanto, é quando nós poderemos fazer o mesmo que a mãe de Johnnie. O executivo evita cravar uma data, mas afirma, com “100% de certeza”, que “em dez anos, teremos um Waymo nos pegando no aeroporto”.

Mas a novidade, mesmo nos Estados Unidos, não chegará ao mesmo tempo em todas as regiões. A tecnologia desenvolvida pela Waymo não funciona bem ainda na neve. Ou seja, quem vive na Flórida irá experimentar o carro autônomo antes dos moradores de cidades como Nova York e Chicago.

Vale também ajustar as expectativas. O Waymo não será um carro autônomo do chamado nível 5 (que seria um carro capaz de dirigir a qualquer lugar, partindo de qualquer local, sob quaisquer condições climáticas). O veículo atuará dentro de um perímetro determinado. Krafcik não considera essa limitação significativa. “Eu não saberia dizer se os próprios humanos atingem o nível 5”, diz. “Estamos muito longe de ter essa tecnologia. E sequer sei se ela algum dia existirá. O que estamos desenvolvendo já nos leva onde precisamos ir”.

Nesta terça-feira (13/03), o executivo foi entrevistado pelo jornalista Evan McMorris-Santoro, da Vice News, e pelo público do SXSW. Veja abaixo os melhores trechos do bate-papo:

A qual velocidade dirige o Waymo?
Ele dirige como um bom motorista. Não é lento, mas respeita todos os limites de velocidade. Só os ultrapassa por curtos períodos de tempo e somente por razões de segurança. O Waymo tem um comportamento muito previsível. Sempre faz as mesmas coisas.

Será possível hackeá-lo?
Não. O sistema é fechado.

Os passageiros poderão escolher o caminho que preferem tomar?
O carro irá escolher o caminho mais rápido e melhor. Pode confiar no Waymo.

Algumas pessoas se preocupam com questões de privacidade. Vai dar para casais fazerem sexo no Waymo?
Fizemos inúmeras corridas de teste e ninguém tentou isso até agora (risos).

Você crê que os veículos autônomos acabarão com a era dos carros privados?
Acho que essa não é a questão. Eu adoro dirigir, mas 99% das vezes em que estou num carro preferiria não estar ao volante para fazer outras coisas. Ainda assim, curto pegar uma boa estrada num domingo de manhã para dirigir por prazer. O ponto é que nos Estados Unidos, por exemplo, o número de carros é bem maior do que o de carteiras de motorista. Algumas cidades chegam a ter 20% ou 30% dos seus espaços dedicados aos carros. Esses veículos costumam ficar parados 95% do tempo. E 75% das vezes os motoristas são os únicos passageiros. Acho que os carros autônomos têm a oportunidade de mudar o mundo, de ajudar a reduzir as emissões de gás carbônico.

Se o Waymo tiver que escolher quem atropelar, como ele tomará essa decisão?
Apesar de clássica, essa é uma questão que não faz sentido para nós. O Waymo tem uma visão 360° de extenso alcance, portanto ele é capaz de parar antes de ter de atropelar alguém. O sistema classifica, sim, algumas pessoas como mais vulneráveis, mas para outros fins. É o caso de crianças, perto das quais o veículo anda mais devagar.

E se um policial decidir parar um Waymo?
Já aconteceu. Um policial queria testar o que ocorreria nesse caso. O veículo para.