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A eleição e o projeto de futuro do país

A eleição e o projeto de futuro do país

Antes de iniciar propriamente o artigo que tem como pauta o título acima, quero avisar aos leitores deste site, que passarão a acompanhar semanalmente a “Coluna do Branco”, que terá como objetivo analisar os cenários políticos nacional e internacional. As análises em outros níveis (regional, estadual e local) ficarão sob responsabilidade de meu blog (link na página desta coluna). Portanto, fiquem à vontade com os textos, e que eles possam fomentar o debate saudável, de forma respeitosa. Aguardo os comentários.

Estamos caminhando para o fim do primeiro trimestre do ano, iniciando em duas semanas o segundo, portanto, em breve um semestre. O ano corrente será especial, haja vista, que nele ocorrerá eleições gerais, dois anos depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, com a quebra do regime democrático (sem entrar no mérito da legalidade do ato de afastamento, sob a justificativa das pedaladas fiscais como crime de responsabilidade).

O pleito começa a se configurar com o processo de publicidade dos pré-candidatos. Dentre as incertezas, a maior é, sem dúvida, a participação do ex-presidente Lula na disputa. O petista lidera – com folga – todos os cenários analisados em todas as pesquisas. Pelo andamento do processo judicial, dificilmente o presidente de honra do Partido dos Trabalhadores terá o seu nome na urna eletrônica. O PT ainda estuda quem poderá lançar, caso Lula não esteja na disputa.

Ciro Gomes é um nome certo. O ex-ministro já deixou claro que será candidato e conta com total apoio de seu partido, o PDT. A questão é que Ciro não “decola” nas pesquisas. Se mantém fora de qualquer projeção de segundo turno, fixando-se na quarta e até quinta posição. Marina Silva será a candidata de seu partido, a Rede. A ex-ministra tentará o Palácio do Planalto pela terceira vez, e deverá manter o discurso de cunho ambiental, relacionando com o social. Assim como nas disputas presidenciais anteriores, Marina sempre se posiciona bem competitiva nas pesquisas realizadas meses antes da eleição, e vai gradativamente caindo até ficar de fora do segundo turno. Parece que essa tendência se repetirá.

Do campo mais à Direita, Geraldo Alckmin será o candidato mais expressivo. O tucano tentará pela segunda vez ser presidente. Em 2006, perdeu no segundo turno para Lula que disputava a reeleição. O DEM estuda lançar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia no pleito.

O presidente Michel Temer poderá ser candidato à reeleição, mas ainda não definiu a questão. O MDB poderá ter depois de mais de duas décadas um candidato a presidente. O que pesa contra e divide o partido é o índice de aprovação e popularidade de Temer, que bate todos os recordes negativos. Sem dúvida, o atual mandatário político do Brasil é o mais impopular de toda a história republicana. Se for candidato, mesmo com a máquina a seu favor, dificilmente conseguirá ser competitivo.

E o nome mais polêmico: Jair Bolsonaro. O referido deputado aparece em segundo lugar na maioria das pesquisas. Parece polarizar a disputa com Lula. Sem o petista, Bolsonaro venceria qualquer outro adversário. A questão é saber até que momento seu nome se manterá competitivo. Até que ponto a sua candidatura se manterá viável. A mídia já deu sinais que não apoiará Bolsonaro e que, se for necessário, tentará (como já fez) desconstruí-lo.

Os nomes acima apresentados são considerados os de maior visibilidade e que reúnem as maiores chances de vitória. Nesta gama de possibilidades, de caminhos, qual reúne maiores e melhores instrumentos para que possa criar as bases sólidas de um projeto nacional de desenvolvimento? Qual pré-candidato terá condições de reorganizar o país? De promover um grande acordo nacional? Que conseguirá ter condições políticas de não sucumbir ao modelo de coalização com o Congresso? Quem terá condições de implementar agenda econômica desenvolvimentista, de retomada do crescimento, controle inflacionário e aumento das ofertas de emprego? Quem terá a capacidade de retomar as reformas? Debater o combalido pacto federativo?

Diversos nomes, várias identidades partidárias, caminhos ideológicos diferentes. Resta saber se algum nome terá a capacidade de mudar os rumos do país? Depois da quebra do regime democrática, em 2016, o país beira o caos democrático, com a insolvência de suas instituições. Pelo visto, a conta do impeachment é alta e parece ser impagável, pelo menos, a curto e médio prazos.