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Por João Spenthof*
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Criadas a partir da união de pessoas com objetivos e necessidades comuns, as cooperativas de crédito estão cada vez mais presentes na vida dos brasileiros. O desempenho recente do setor expressa a força do modelo, que se consolida como a grande resposta para quem deseja realizar sonhos, tirar projetos do papel e contribuir com o desenvolvimento local.
Dados do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) mostram uma enorme evolução na adesão das pessoas às cooperativas de crédito nos últimos seis anos. Isso certamente tem a ver com uma mudança de comportamento em nível global, atestada por diversas pesquisas que demonstram que, cada vez mais, propósito e sustentabilidade são diferenciais no momento de escolher produtos e serviços.
Com o propósito de estimular o desenvolvimento, a prosperidade e melhorar a vida de todas as pessoas, as cooperativas de crédito têm uma filosofia diferente das instituições tradicionais. Olham a todos de forma igualitária, mas personalizada. Buscam entender as diferentes necessidades de cada associado. São movidas pela geração de desenvolvimento regional, tanto que aceleram seus projetos de expansão, em um movimento contrário ao das instituições tradicionais.
O país encerrou o ano de 2022 com mais de 9 mil agências cooperativas, 13% a mais que no ano anterior. Considerando os últimos seis anos (de 2016 a 2022), o número saltou 61,5%. Já os bancos fecharam 23,6% das agências no mesmo período, caindo de 22.539 agências em 2016 para 17.207 em 2022.
Essa expansão na rede de agências se reflete no número de associados, que chegou a 16,927 milhões em 2022, incremento de 90% em seis anos. Atraídos pelos benefícios do modelo, que promove inclusão financeira, pratica taxas justas e orienta para uma educação financeira sustentável, os associados também usufruem da participação nos resultados, pois são os donos do negócio.
E esses resultados têm sido expressivos no sistema cooperativo de crédito: foram R$ 15,6 bilhões no ano passado, expansão de 33,7% sobre 2021. Mas há outro dado ainda mais importante: as cooperativas agregaram mais de R$ 50 bilhões aos seus associados em 2022 em economia de taxas, tarifas, juros ao capital, distribuição de resultados e investimento social, recursos que permaneceram nas regiões de atuação.
No quesito operações de crédito, as cooperativas tiveram performance de brilhar os olhos. Nos últimos oito anos (2014 a 2022), a evolução foi de 386%, saltando de R$ 67 bilhões para R$ 326 bilhões. O ritmo foi quase seis vezes mais acelerado que o da média do sistema financeiro, que teve 70% no mesmo período, ao sair de R$ 2,5 trilhões em 2014 para R$ 4,3 trilhões no último ano. Com isso, a participação do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo no sistema financeiro quase triplicou.
E o que tem levado as pessoas a buscar as cooperativas de crédito? Além das vantagens já mencionadas aqui, os valores fundamentais praticados pelo cooperativismo de crédito e seu propósito têm sido cruciais. As pessoas querem fazer parte e se relacionar com empresas que tenham um propósito ambicioso, que mudem realidades para a sociedade e seus cidadãos.
Esses valores são praticados há mais de um século pelas cooperativas, a exemplo do Sicredi, que tem 121 anos de história no Brasil, e foram incorporados pela sociedade, que anseia por um mundo melhor. A essência do cooperativismo de crédito e do Sicredi passou a ser vista e valorizada. E é pela crença nesses valores e em uma sociedade melhor e mais justa que vamos trabalhar mais, especialmente no Norte e Nordeste do País, onde temos grandes oportunidades de desenvolvimento sustentável econômico e social. A presença das cooperativas, mais uma vez, fará parte da História, ajudando a construir uma vida e um mundo melhor.
*João Spenthof é presidente da Central Sicredi Centro Norte, e vice-presidente da OCB/MT (Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso)