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Daniel Alves no São Paulo: “Contratou um torcedor”

Daniel Alves no São Paulo: “Contratou um torcedor”

Foto: LANCE!

Por Fellipe Lucena, LANCE!

Daniel Alves está em casa. Literalmente. Apresentado na noite desta terça-feira no salão nobre do Morumbi, o lateral-direito de 36 anos lembrou bastante do passado de torcedor ao explicar a escolha pelo Tricolor após um longo período no futebol europeu, onde defendeu Sevilla, Barcelona, Juventus e PSG.

“Queria pedir desculpas pelos nervos. Por mais que tenha vivido tantas coisas hoje é um momento muito, muito único para mim. Agradeço ao presidente, ao Raí, ao Pássaro e ao Lugano, chato pra caramba, que acabou conseguindo ajudar para que eu estivesse aqui. Sonhei muito, muito tempo com esse momento e esse momento chegou. Eles não estão contratando um jogador de futebol, estão contratando um torcedor que se emocionou com Raí, Lugano, Kaká, Luis Fabiano, Muller, Cafu e por aí vai. É muito prazeroso estar vivendo esse dia. A emoção de hoje é muito especial. Sonhei com esse momento e ele chegou. Só espero retribuir toda essa confiança”, disse o novo camisa 10, antes de ir até o gramado do Morumbi para ser saudado por mais de 40 mil pessoas.

“Eles não vão se arrepender de ter batido na minha porta e me colocado aqui dentro. Sei que muitos podem não estar entendendo, mas isso é muito pessoal. Eu tinha muitas possibilidades, mas nenhuma maior do que a realização de um sonho. Estou aqui realizando um sonho.”

Daniel Alves iniciou os exames médicos nesta terça-feira, dia em que se apresentou ao elenco no CT da Barra Funda. Ele não joga desde a final da Copa América, há um mês, e precisa readquirir ritmo de jogo para estar à disposição. Ou não, se depender só da vontade dele…

“Eu estava enchendo o saco do Lugano, do Raí e do presidente, porque queria sentir esse jogo de sábado (clássico contra o Santos, às 17h, no Morumbi). Não sei o que eles pensam disso, mas pedi alguns minutos aí. Não sei se é possível, vamos tentar até lá. Se puder ser sábado, melhor do que na próxima semana. Vim para jogar.”

O craque ainda explicou a opção pela camisa 10: além de ser o número que Raí utilizou em suas grandes conquistas como atleta, também estava vago, então não seria preciso incomodar nenhum dos atletas do grupo atual.

“Não quis pegar o número de ninguém. Peguei o número do Raí para jogar, porque estava solto. Não quero ser mais importante que ninguém, para meus companheiros não acharem que vou querer ser melhor que eles por ter vindo da Europa”, completou ele, que deixou a cargo de Cuca o seu posicionamento em campo.

“Quando você toma a decisão de vir para um clube como o São Paulo, a única ideia é ajudar. Domino todas as posições. Meia, lateral… Sou bastante disciplinado taticamente, ajudo os companheiros a terem um desempenho importante. Não é preocupação minha onde vou jogar. Quero contribuir.”

Antes de se dirigir ao salão nobre do Morumbi, onde quase 150 profissionais de imprensa o esperavam, Daniel Alves assinou seu contrato com o São Paulo, válido até dezembro de 2022, e fez um tour pelas instalações do estádio – que ele já havia visitado quatro vezes com a camisa da Seleção Brasileira, a última na abertura da Copa América de 2019.

Veja outras respostas de Daniel Alves:

Chegada no aeroporto

“Ontem me senti um torcedor a mais. Foi surpreendente, não esperava tanto carinho, tanta euforia. Estou muito feliz e agradecido à torcida do São Paulo”.

É jogador “caro”?

“Não acredito que eu seja caro. Vim de graça. Estava lendo no outro dia que sou o jogador mais barato do futebol mundial. Fui comprado apenas pelo Barcelona, o resto fui tudo de graça (risos). Se você fizer uma soma vai ver que sou baratinho para o São Paulo”.

Como foi convencido?

“A primeira coisa que solicitei para o São Paulo foi solidez, projeto. Preciso de estabilidade, esportivamente falando, porque tenho outros objetivos mais à frente. Sei de todas as dificuldades que é voltar ao Brasil, com tudo o que esperam de mim. Tenho o objetivo de estar na Copa de 2022, e isso passa por estar em um clube que acredita no meu profissionalismo e na minha história dentro do futebol. Acredito que foi o ponto primordial. Para uma pessoa que já tem uma certa idade para o futebol, um clube que aposta tanto assim merece retribuição. Venho para o São Paulo para dar resultado, não quero que pensem que venho terminar minha carreira. Tenho muitos objetivos e um deles é fazer história no São Paulo”.

Conversou com alguém?

“Não conversei com Tite, com minha esposa e com ninguém sobre a decisão de vir. Deixei que meu coração tomasse a decisão por mim, sabendo prós e contras. No PSG, não estava atuando na lateral, mas sou um jogador que conhece todas as posições e sei o que posso aportar para uma equipe. Sou um jogador de resultados, os resultados estão aí”.

O jejum do São Paulo

“O São Paulo está caminhando para respeitar sua história de um dos clubes mais grandiosos da história. E estou vindo aqui para contribuir com minha experiência, meu trabalho e minha performance para que o clube não passe tanto tempo sem aspirar títulos. Por isso tomei a decisão de aceitar esse desafio. Sei da história do São Paulo, um clube que me fez vibrar tanto, e está necessitando de troféus. Por isso estou aqui, para que esse desafio seja muito motivante na minha vida”.