Foto: Reprodução
Aos que partiram…..
Não vou a cemitérios , não sinto que os que partiram estão ali .
Estão na minha lembrança , na minha história, na minha vida .
Vão sempre estar .
Estão o tempo todo , povoando minha memória .
A minha primeira perda foi do meu avô Miro, os olhos azuis mais lindos que observei .
Ficava ele ali na madrugada escura da sala a me esperar .
Era ele que fazia as vontades pelas guloseimas não permitidas .
Carreguei ele no colo 4 andares até sua cama depois de mais uma internação . Vi ele partir , partindo em mim a inocência de quem achava que ninguém partiria .
Depois veio minha avó Zola, pele macia , atenta a tudo, presença que nos dava segurança, um carinho diferente, do tamanho do cuidar . E aquela alegria que contagiava a gente.
Foi sem que eu me despedisse dela – meu maior arrependimento na vida é não ter lhe dito, vá com Deus vó, te amo do tamanho do mundo .
Perdi meu sogro Miguel, que me acolheu , incentivou e velou por mim. Doeu a dor daqueles que acham que deveriam ter feito mais por ele.
Perdi meu Vô Dito, ah como eu sinto sua falta . Era mais amigo que avô, ríamos juntos, meu mundo se iluminava com sua presença divertida , foi de uma maneira tão estúpida , que se não fosse o amor por ele sobraria a raiva de quem nos tirou o seu convívio .
Perdi alguns amigos , dois deles especiais . Wilson com seu coração monstruoso, um pilar a qualquer desanimo .
E Marlene, meu amor conquistado com pratos deliciosos, afeto, carinho , presença , amizade verdadeira. Quanta falta sinto desses dois e como os amei.
A todos eles minha gratidão acima de tudo .
Porque ninguém é obrigado a dar nada a ninguém . Mas todos me deram amor mais do que talvez eu merecesse .
Não estão em um túmulo embaixo da terra. Permanecem aqui, guardador em uma caixinha no meu coração .