O Brasil caminha para um novo recorde negativo de desmatamento em 2022, um ano após atingir a maior derrubada da floresta amazônica em pelo menos 14 anos. Apenas em fevereiro, foram destruídos 303 km² de mata nativa na Amazônia Legal, o que equivale ao tamanho de Fortaleza. Essa foi a maior área devastada no mês de fevereiro dos últimos 15 anos. Apenas em relação ao mesmo mês do ano passado, a destruição aumentou quase 70%. Esse é o segundo mês consecutivo de crescimento no desmatamento. Em janeiro, a derrubada da floresta foi 33% maior do que no ano passado.
Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, que monitora a Amazônia por imagens de satélites desde 2008. Em relação aos nove estados da Amazônia Legal, Mato Grosso foi o que mais desmatou pelo segundo mês seguido. Apenas em fevereiro, 96 km² de floresta foram derrubados em solo mato-grossense, o que corresponde a 32% do total.
Com isso, Mato Grosso também foi o estado que registrou a maior alta na devastação em relação a fevereiro do ano passado, de 300%. O Pará, estado que tem tido as maiores áreas desmatadas nos últimos anos, foi o segundo que mais destruiu a floresta em fevereiro: 82 km² (27%). No estado, a devastação cresceu 24% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Além de ter dois municípios na lista dos 10 que mais desmataram, Altamira e São Félix do Xingu, o Pará também teve metade das 10 unidades de conservação com maiores áreas destruídas. São elas: APA Triunfo do Xingu, Flona do Jamanxim, Esec da Terra do Meio, APA do Tapajós e APA do Igarapé Gelado. Em terceiro no ranking ficou o Amazonas, com 74 km² (24%).
Em território amazonense, a derrubada da floresta cresceu 252% em relação ao mesmo mês em 2021, o segundo maior aumento entre os estados da Amazônia Legal. Entre os municípios, apenas os quatro que ficaram na lista dos 10 que mais desmataram na região, Apuí, Lábrea, Novo Aripuanã e Manicoré, foram responsáveis por 93% da devastação registrada no estado.
Foto: VERDE BRASIL/17