Home BACANA NEWS Comércio aumenta volume de vendas neste fim de ano

Comércio aumenta volume de vendas neste fim de ano

Comércio aumenta volume de vendas neste fim de ano

Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará

Por Alexandra Cavalcanti, Wesley Costa e Michelle Daniel, DOL

As festas de fim de ano devem representar um crescimento nas vendas em torno de 6 a 7% no setor supermercadista do Estado este ano, em relação a 2018. O dado é da Associação Paraense de Supermercados (Aspas) e se assemelha a expectativa projetada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) que é de 7, 85% para 2019.

O presidente da Aspas, Jorge Portugal, aponta alguns fatores que contribuíram para essa melhora no índice de vendas. “O fato da economia ter passado por uma melhora nos últimos meses, com uma diminuição no índice de desemprego, e o fato do governo ter liberado valores do FGTS tiveram um impacto positivo nas vendas do setor”, avalia.

Entre os produtos que costumam ter um incremento nas vendas nessa época do ano estão aqueles que compõem a ceia de Natal e Ano Novo. “Há um crescimento nas vendas do bacalhau, peru, frutas natalinas em geral, como nozes, castanha portuguesa, maçã e uva, além dos panetones, que têm uma venda bem representativa nessa época. Já para o Réveillon cresce bastante a venda de bebidas, tanto as alcoólicas, como as de refrigerantes”.

Jorge cita que com relação ao preço desses produtos, alguns tiveram um reajuste. “Isso aconteceu basicamente com os importados, como bacalhau, nozes e castanhas portuguesas, especialmente por conta da desvalorização do real frente ao dólar. Por conta disso, esses produtos tiveram uma variação de preço que acompanhou a alta da moeda americana”, argumenta.

EXPECTATIVA

Embora o setor comemore o percentual de incremento nas vendas, o presidente da Aspas afirma que ele ainda está longe do esperado. “Houve sim uma melhora nas vendas do setor, principalmente em relação aos anos de 2017 e 2018, quando o setor chegou a registrar um decréscimo nas vendas. Mas de modo geral, essa melhora ainda está aquém do esperado”, conta.

Mesmo assim, ele garante que o setor está pronto para atender o crescimento da demanda. “Estamos preparados para atender aos consumidores. Começamos a fazer os pedidos ainda no mês de outubro como ocorre todos os anos e estamos abastecidos”, garante.

Nos supermercados de Belém é possível perceber o crescimento nas vendas do setor. Quem deixou para fazer as compras natalinas na última hora precisou de paciência para enfrentar as longas filas que se formaram nesses estabelecimentos. A contadora Ely Brondi só conseguiu ir às compras dos itens para aceia dois dias antes do Natal. “A gente acaba mesmo deixando tudo para a última hora, não tem jeito. Mas como se trata de alimento, não tem como comprar com tanta antecipação assim”, alega.

Ela reclamou ainda dos preços. “Achei o valor cobrado pelo bacalhau salgado, assim como o de algumas frutas”, critica. Mas apesar do sufoco das filas e dos preços mais elevados, ela garante que vale a pena. “É importante celebrar o Natal e reunir a família”.

A alta nos preços também assustou a professora Silvia Saldanha. “O jeito vai ser fazer uma ceia mais simples, para caber no orçamento”, admite. Para ela, mesmo na correria é preciso pesquisar. “Estou percebendo uma grande diferença de preço de um supermercado para outro. Por isso é importante pesquisar antes de comprar”, ressalta.

Busca por presentes: até as últimas horas

Os consumidores lotaram a ruas do centro comercial de Belém, ontem de manhã, em busca principalmente dos presentes de Natal. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindlojas), Joy Colares, a expectativa é que o crescimento nas vendas para esse final de ano seja em torno de 7% em comparação ao ano de 2018, quando os números ficaram abaixo do esperado para o setor.

Foi preciso ter paciência até mesmo para caminhar pelas estreitas ruas e outros corredores de lojas. Brinquedos, equipamentos eletrônicos e roupas eram os produtos mais procurados pelos compradores. Muita gente entrava de loja em loja fazendo a velha ‘pechincha’ para adquirir itens mais baratos. “Essa é a segunda vez que venho ao comércio para fazer compras. Como eu faço doação de brinquedos, preciso pesquisar bastante para economizar e também não deixar de presentear as crianças”, disse Arlete Santos, 59, que viajou de Igarapé-Miri para garantir as lembrancinhas.

Quem também comemora a movimentação são os camelôs e os grandes lojistas. Segundo eles, houve um aumento considerável nas vendas desse ano. Há 50 anos trabalhando no comércio, o gerente de uma loja de varejos, Paulo Roberto Moreira da Silva, 66, conta que a estratégia é oferecer produtos diversos. “Aqui na loja o cliente encontra desde brinquedo até material de papelaria em geral. Os produtos são bem diversificados, então até quem procura uma simples lembrança encontra por aqui”, afirma.

A vendedora, Diana Correa, 34, que comercializa roupas atribuiu o aumento na movimentação às rendas extras como o 13º salário e o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Parece que esse ano as pessoas ficaram mais abertas para consumir. O dinheiro pago também no 13ª e do FGTS tem ajudado bastante a dar essa alavancada na nossa venda”, comemora.