Desde a sexta-feira, 1, o preço da cerveja ficou mais caro no Brasil. Esse aumento nos preços das bebidas acompanha a alta nos produtos como combustíveis, alimentos e gás de cozinha. Segundo o comunicado feito na última quarta-feira, 29, a Ambev, dona das marcas Brahma, Skol e Stella Artois disse que já estava reajustando os preços dos produtos para os comerciantes. Na nota, a empresa afirmou que faz, periodicamente, ajustes nos preços de seus produtos, e que os reajustes vão variar conforme a região do país.
Em seguida, a Heineken disse que os preços de seus produtos seguem os mesmos por ora, já que a empresa já fez uma revisão de valores neste ano e não prevê mais mudanças até o fim do ano. Vale lembrar que o preço da cerveja fechou agosto em alta pelo oitavo mês consecutivo, segundo o IBGE, em seus cálculos para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Com isso, o preço do item já apresenta um aumento 3,49% no ano e 7,62% nos últimos 12 meses. Somado ao valor da carne, o reajuste da cerveja deixa cada vez mais difícil para o brasileiro fazer um churrasco. Segundo o economista, André Braz, esse aumento tem relação direta com a desvalorização do real, o que eleva o preço dos insumos para produção da cerveja, e com as elevações nos preços da energia elétrica e frete.
“Tudo isso é custo para a companhia e, embora o reajuste nos preços das cervejas seja feito uma vez por ano, esses são fatores que a empresa considera, pois aumenta o custo da produção”, ressalta o especialista. Já o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, o reajuste anunciado pela cervejaria, embora compreensível em função da alta nos insumos e do dólar, não é desejável, já que o setor, um dos mais afetados pela pandemia, começa a mostrar sinais de recuperação.
Segundo a Abrasel, uma parcela significativa, cerca de 37%, ainda está operando no prejuízo. Em São Paulo, esse percentual é ainda maior, 50%. “O setor está hiper pressionado por aumento de custos na luz, no aluguel, nos alimentos, no combustível, que afeta o delivery, por exemplo. Não suporta novo aumento sem repassar para o consumidor. É o acreditamos que vai acontecer instantaneamente”, avaliou.
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